sábado, 8 de outubro de 2011

Salvemos os pintos - Fora HPV

Higiene e 60 maços de cigarro . - Assim você pode se proteger contra a amputação do pênis. 

Os cerca de 60 maços de cigarro ou de 100 chopps, ou de 13 meias-entradas para o teatro  é o equivalente do preço da vacina anti HPV. R$ 364,16, a dose. (Claro que você pode ficar aí resmungando que é dever do Estado o fornecimento da vacina. Mas, nesse caso, pelo menos cuide de usar sempre a camisinha. Afinal, ninguém deve sofrer consequências negativas, danosas, por uma decisão pessoal sua, não é mesmo?.) Por falar em cigarros, se você está achando elevado o preço da vacina (e é mesmo, dada a sua importância vital), que tal lembrar que, por ano, você poderia  economizar aproximadamente R$ 1.500,00? - Isso mesmo! Cerca de um notebook por ano você consome no custo do cigarro.

A (má) higiene é porque está comprovado que essa é a causa principal da contaminação e disseminação do vírus. Muitos brasileiros simplesmente descuidam de limpar com a atenção e o carinho necessários àquele que parece ser a sua grande razão de ser - o pênis. Daí, por sob o prepúcio - aquela pele que reveste o membro - acumulam-se sujeiras: bactérias e vírus proliferam.

Nas mulheres, o HPV é responsável pelo câncer de colo de útero - também de elevada ocorrência entre nós:
É o segundo tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Por ano, faz 4.800 vítimas fatais e apresenta 18.430 novos casos.
Estima-se esteja em MIL o número de pênis amputados anualmente no Brasil - Um recorde mundial que nos humilha e preocupa, pois a base dele está na falta de higiene, de informação e de responsabilidade - não apenas para consigo, mas igualmente para a/o parceira/o. Aliás, vale lembrar que a exposição consciente de terceiro ao risco de contágio de doença sexualmente transmissível é crime, previsto na lei penal:
É uma doença que não precisaria existir, uma das mais evitáveis do mundo. Ela praticamente não ocorre nos EUA e na Europa. Nossos números estão compatíveis com os de países da África, do Egito. É uma vergonha", afirma o urologista Aguinaldo Nardi, coordenador de campanhas públicas da SBU.

Prevenção

Para prevenir o câncer de pênis é necessário fazer a limpeza diária com água e sabão, principalmente após as relações sexuais e a masturbação. É fundamental ensinar às crianças desde cedo os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados todos os dias.

A cirurgia de fimose (quando a pele de prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a exposição da cabeça do pênis, dificultando a limpeza adequada) é outro fator de prevenção. A operação é simples e rápida e não necessita de internação. Também chamada de circuncisão, a cirurgia de fimose é normalmente realizada na infância. Tanto o homem circuncidado como o não-circuncidado reduzem as chances de desenvolver esse tipo de câncer se tiverem bons hábitos de higiene.

A utilização do preservativo é imprescindível em qualquer relação sexual, já que prática com diferentes parceiros sem o uso de camisinha aumenta o risco de desenvolver a doença. O preservativo diminui a chance de contágio de doenças sexualmente transmissíveis, como o vírus HPV, por exemplo.

Detecção precoce

Quando detectado inicialmente, o câncer de pênis possui tratamento e é facilmente curado. É importante, ao fazer a higiene íntima, realizar o autoexame do pênis.

No autoexame, os homens devem estar atentos aos seguintes sinais:

. perda de pigmentação ou manchas esbranquiçadas;
. feridas e caroços no pênis que não desapareceram após tratamento médico e apresentem  secreções e mau cheiro;
. tumoração no pênis e/ou na virilha (íngua);
. inflamações de longo período com vermelhidão e coceira, principalmente nos portadores de fimose.

Ao observar qualquer um desses sinais, é necessário procurar um médico imediatamente.
Colo de útero
A infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV) tem papel importante no desenvolvimento do câncer do colo do útero. Estudos demonstram que o vírus está presente em mais de 90% dos casos de câncer cervical. A prevenção pode ser feita usando-se preservativos (camisinha) durante a relação sexual, para evitar o contágio pelo HPV.
Os principais fatores de risco estão relacionados ao início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros [porque os homens são os grandes transmissores desse vírus, em razão do descaso que mantém com a higiene pessoal, como visto acima]. Deve-se evitar o tabagismo (diretamente relacionado à quantidade de cigarros fumados) e o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais, hábitos também associados ao maior risco de desenvolvimento deste tipo de câncer.
Detecção precoce

Existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que a detecção de lesões precursoras (que antecedem o aparecimento da doença) pode ser feita através do exame preventivo (Papanicolaou). Quando diagnosticado na fase inicial, as chances de cura do câncer cervical são de 100%. Conforme a evolução da doença, aparecem sintomas como sangramento vaginal, corrimento e dor.

Exame Preventivo
O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolaou) é a principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença. O exame pode ser feito em postos ou unidades de saúde da rede pública que tenham profissionais capacitados. É fundamental que os serviços de saúde orientem sobre o que é e qual a importância do exame preventivo, pois sua realização periódica permite reduzir a mortalidade por câncer do colo do útero.
O exame preventivo é indolor, simples e rápido. Pode, no máximo, causar um pequeno desconforto que diminui se a mulher conseguir relaxar e se o exame for realizado com boa técnica e de forma delicada.

Para garantir um resultado correto, a mulher não deve ter relações sexuais (mesmo com camisinha) nos dois dias anteriores ao exame; evitar também o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à realização do exame. É importante também que não esteja menstruada, porque a presença de sangue pode alterar o resultado.

Mulheres grávidas [e lésbicas] também podem [e de devem] se submeter ao exame, sem prejuízo para sua saúde ou a do bebê.

Quem deve fazer e quando fazer o exame preventivoToda mulher [lésbicas inclusive!] que tem ou já teve vida sexual deve submeter-se ao exame preventivo periódico, especialmente as que têm entre 25 e 59 anos. Inicialmente, o exame deve ser feito anualmente.
Embora o protocolo atualmente em vigor oriente que "após dois exames seguidos (com um intervalo de um ano) apresentarem resultado normal, o preventivo pode passar a ser feito a cada três anos", ocorrência de Câncer de colo de útero precisamente nessa "janela" sugere fazê-lo anualmente, ainda que seus resultados sejam sempre negativos.

- Prevenção nunca é demais! A comunidade LGBTT foi a grande responsável pelo enfrentamento à AIDS desde a primeira hora, exigindo que as autoridades governamentais viessem exercer o seu papel funcional e político. Graças ao combate responsável, comprometido, esses ativistas - a maioria anônima - foram os responsáveis por exemplo pela Política Pública de Distribuição Nacional de Medicamentos - inicialmente contra o HIV e, posteriormente, alargada como política universal.

Tal como fizeram e fazem em relação ao HIV, os/as LGBTTs podem e devem chegar à linha de frente de combate ao HPV. E não por eventuais ou fantasiosas suposições sobre "grupos de risco", mas pura e simplesmente por constituirem parcela da população dotada de elevado nível de informação e consciência sobre DSTs. Assim posicionados no interior da sociedade, podem exercer mais essa tarefa cívica, colaborando no enfrentamento desse que é um vírus cuja maior propagação se dá em função das condições de higiene - o que envolve informação, conscientização, disseminação do sentido da responsabilidade diante dos desdobramentos de suas ações pessoais, seja na sua esfera pessoal, seja na de terceiros, impactados com os efeitos do descaso próprio.

#Salvemosospintos     #ForaHPV

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