domingo, 14 de outubro de 2012

Existir, a que será que se destina? SP, as eleições e o compromisso cívico de todos nós

O pessoal de São Paulo comprometido com a democracia, com a República, com os Direitos Humanos e, claro, com o secularismo, está bastante preocupado nesse período em que a cidade enfrenta o segundo turno das eleições para prefeito.

É que por lá o projeto teocrático se apresenta em sua expressão mais desabrida e espúria. Ambos os canditados que chegaram ao segundo turno (Serra e Haddad) incorporaram o princípio de que "os fins justificam os meios" e se venderam aos fundamentalistas cristãos.

De um lado, o PSDB que teve em sua fundação quadros de digna memória pela participação na luta pela democracia, como Mário Covas, Franco Montoro...

De outro, o PT, de tão glorioso passado...

Hoje ambos transformados em imagem deformada do que foram.

Eu remeto ao texto publicado no Eleições Hoje, onde é possível compreender a gravidade do que se trata, principalmente em um país como o nosso, cuja resiliência, de tão intensa, se deturpa e se transforma em alienação, servilismo, indiferença, descompromisso com o coletivo.

Mas, ao contrário do que diz a abertura do texto de Davi Godoy, o estado laico NÃO ESTÁ derrotado.

 A História não acabou, a luta não acabou.

Não estamos derrotad@s. Estamos no interior da luta. E não estamos parados.

Não foi para isso que lutamos contra a ditadura! Não, não foi. E não será.

Como disse o Carlos Tufvesson, para aquel@s que estão se sentindo meio acabrunhados, desiludidos, com as energias em baixa, convido a assistir este vídeo.

E Primavera, São Paulo! É Primavera!

Ganhe quem ganhar, nós estaremos aí, na rua, na luta, cobrando o cumprimento dos princípios constitucionais!

 

Um comentário:

Benjamin Bee disse...

O futuro próximo vai elucidar os fatos. E eu estou convencidíssimo que o embate que se dá em São Paulo é entre a laicistas e teocratas. Vencerá quem errar menos e estiver ao lado da verdade.

Se a laicidade vencer em São Paulo, isso repercutirá na esfera federal inexoravelmente. Então associar a disputa paulistana com a aliança governo federal e teocratas só faz sentido se levar em conta as consequências para essa aliança no caso de vitória da laicidade. Vitória essa que está prestes a ser confirmada.

A situação no momento é toda favorável ao Estado laico.

O fenômeno político social que agora se coloca mais interessante para nós LGBT é a separação ideológica do movimento. A bipolaridade direita e esquerda ficou bem mais clara. Esse dado é ao meu ver é tão importante quanto constrangedor, hoje.

De um lado temos o movimento LGBT bipartido e temos do outro lado o movimento político geral do mesmo modo. A contradição está que o lado direito do movimento político geral, dominado pelo fundamentalismo religioso opondo-se ao movimento LGBT, tem em suas fileiras um setor LGBT que se coloca ao lado dos seus algozes.

A divisão ideológica do movimento LGBT, natural e aceitável num estado laico onde a cidadania LGBT é plena, não é admissível num Estado onde o processo eleitoral está sendo controlado pelo fundamentalismo religioso. Por isso a conquista do Estado laico se faz urgentíssima mesmo que para isso a direita do movimento LGBT tenha que se alinhar ao lado da esquerda desse movimento, até que a laicidade esteja garantida com o afastamento do fundamentalismo religioso do processo eleitoral. E com isso, as chances de cidadania plena LGBT serão reais e o pluripartidarismo LGBT também.