domingo, 15 de maio de 2016

A quem servirá o regime golpista de Temer

Henrique Meirelles, ministro da Fazenda no governo interino de Temer, na coletiva de 13/05, perguntado sobre o projeto que o governo Dilma encaminou e está paralisado no Congresso, propondo a taxação sobre doações e grandes fortunas, num estilo bastante evasivo, afirmou que "serão analisados com muito cuidado os seus efeitos, vamos com calma"; a repórter da TV Brasil, mais adiante, retomou o tema das medidas propostas pelo governo Dilma e que ficaram paralisadas no Congresso. A resposta foi: "serão analisadas individualmente".

Na questão das mudanças na aposentadoria, fez questão de destacar a diferença entre direitos já adquiridos e as expectativas de direito. Mas como fez também de forma pouco clara, talvez passe despercebida. Ele usou a expressão "direitos plenamente adquiridos", frisando que é um conceito bastante preciso. Isto é fato. Só omitiu o que realmente interessa saber: - como serão as regras de transição, aqueles que se encontram na situação de "em vias de adquirir". No governo Dilma ela havia afirmado que as regras de transição seriam bem ponderadas, para não se prejudicar quem já está no mercado de trabalho há muito tempo. Há insclusive um Fórum democrático, com discussões já avançadas, ao qual nem jornalistas nem governo INTERINO fez qualquer referência.

Se é verdade que já está mesmo decidida A EXTINÇÃO de programas sociais como * farmácia popular (que subsidia medicamentos de uso continuado para doentes crônicos, como hipertensão, diabetes, osteoporose etc.); * SAMU (Ambulancias que fazem o socorro médico de urgência e que beneficia principalmente a população pobre); * UPA (as Unidades de Pronto Atendimento médico distribuídas pelos municípios); * de novas inscrições para as bolsas de auxílio permanência para os alunos pobres das universidades, a pergunta que se impõe é:

- Como sustentar que para a adoção de tributação para GRANDES FORTUNAS e aumento na alíquota do imposto sobre doações (ou seja, adotar um regime tributário mais escalonado, fazendo os mais ricos pagarem um pouco mais em relação ao seu volume de recursos, em comparação com os mais pobres, tradicionalmente os que pagam mais tributos no pais), o governo INTERINO afirme que "vamos com calma", "é preciso analisar COM MUITO CUIDADO OS SEUS EFEITOS", mas em relação a todos esses cortes nos programas sociais, a decisão se dê assim, de forma abrupta e radical?

Indagado pelo correspondente da France Press se não se preocupavam com os protestos,  diante de medidas tão duras como as já sinalizadas, respondeu que é  da democracia os que se sentirem prejudicados protestarem, mas que "deve prevalecer o interesse da sociedade".

- Pelo que se vê,  para esse regime golpista que acaba de se instalar no Brasil, a partir do afastamento provisórioda presidenta eleita
o interesse que conta é  aquele da única parcela historicamente considerada, à exceção dos governos Vargas, Lula e Dilma, ou seja, a dos empresários e rentistas.

Ou seja, como disse a FIESP, não serão eles, os mais ricos, que "pagarão o pato", mas as camadas mais pobres e vulneráveis da população que mais uma vez serão penalizadas.

Enquanto isso, Legislativo e Judiciário permanecem com a sua gastança, os seus auxílios moradia, educação para filhos, verbas faraonicas de gabinete parlamentar etc.

Um comentário:

João Luiz Pereira Tavares disse...
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