quinta-feira, 30 de junho de 2011

A trama urdida em torno da PEC 23/2007: o deliberado desejo de perseguir LGBTs

Já escrevi aqui a história da PEC 23/2007. Ela havia sido aprovada em 26/05/2011. Em 22/06/2011 retornou para a 2ª votação. Na 1ª votação, ela foi aprovada por 47 votos, contra 02. Nenhuma abstenção.

Depois, capitaneados pelo pastor Silas Malafaia, evangélicos e católicos fundamentalistas (que se apegam apenas a alguns trechos da Bíblia e omitem outros) desencadearam uma verdadeira batalha principalmente (mas não apenas) pela internet, para induzir os deputados que haviam, naquela primeira votação,  entendido perfeitamente a proposta e votado a favor,  voltar atrás e votar contra, com medo de perderem votos na próxima eleição.

Veja o que disse o irmão do pastor Silas Malafaia, diante da "grita" que esses setores fundamentalistas produziram. Primeiro, ele esclarece que, juntamente com toda a bancada, votou a favor porque não viu nada de mais; tratava-se apenas de : "Naquele momento, entendemos que a proposta de emenda apenas reforçava a não discriminação pura e simples da pessoa homossexual, e que tão pouco não visava privilegiá-los."

Diante da campanha deflagrada, inclusive com ameaças de que não estaria honrando os princípios evangélicos, e de perda de votos, ele recua e, com uma justificação completamente absurda, mentirosa, de pura má fé, diz que:
Aprofundamos nossa análise e entendemos que a PEC 23/2007 apresenta artimanhas que possibilitariam fundamentar legalmente condutas tão reprováveis em nossa sociedade, que visam destruir a família.
Dessa forma, estamos nos articulando para derrubar tal projeto na segunda votação. Portanto, lamentamos não ter percebido a sutileza das intenções do projeto na primeira votação, mas repudiamos as manifestações que queiram nos apresentar como contrários à causa do Evangelho.
 Pergunto:
 - Onde, senhores??? Onde a "artimanha"? Onde a tentativa de "destruir a família"? (qual família?) 

Ainda agora, na TV Brasil, no programa 3 a 1, o mesmo deputado Samuel Malafaia disse que a religião dele é contra o "homossexualismo" (sic), a corrupção e a mentira. Que a mentira, para os "cristãos", é tambem um pecado.

Como, então, ele e seus "irmãos em Cristo", tem coragem de levantar semelhante falsidade? Semelhante mentira?

 Não, definitivamente, esses "religiosos" não são pessoas sérias. Não são éticos. Não tem moral. Não tem decência! São, sim, uma raça de víboras!
Veja a íntegra do texto dele próprio. Os destaques em azul são originais. Os demais, meus.
Samuel Malafaia explica o voto favorável a PEC 23/2007
Publicado por Leiliane Roberta em 9 de junho de 2011 (18:47) arquivado em Notícias Brasil
O deputado estadual do Rio de Janeiro, Samuel Malafaia, irmão do pastor Silas Malafaia, divulgou nota esclarecendo os motivos que o levaram a aprovar a emenda constitucional, a PEC 23/2007 que inclui a opção [orientação] sexual nos direitos fundamentais previstos na Constituição Estadual.
De acordo com ele o texto não dá regalias especiais ao grupo LGBT, apenas reforça a não discriminação. A PEC 23/2007 incluiria a opção [orientação]  sexual no artigo 9º, §1º que diz: “ninguém será discriminado, prejudicado ou privilegiado em razão de nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, estado civil, trabalho rural ou urbano, religião, convicções políticas ou filosóficas, deficiência física ou mental, por ter cumprido pena nem por qualquer particularidade ou condição.”

 Vejam o tamanho da má fé! 
O texto JÁ DIZ que NINGUEM SERÁ PREJUDICADO OU PRIVILEGIADO

Como, em sã consciencia, de boa fé, com espírito desarmado, fraterno, cristão, é possível alguem tirar deste texto a absurda "guerra santa" que promoveram?
Leia a nota de Samuel Malafaia na íntegra:
“Em virtude da recente polêmica da PEC 23/2007, em alguns sites, quero informar que em várias ocasiões na Alerj manifestei veementemente minha opinião em favor da família, constituída por pai, mãe, homem, macho e fêmea. Assim fui ensinado, assim tenho minha opinião como cristão, como pai, como homem, como cidadão e como parlamentar. Por vezes, fui até vaiado pela platéia presente no plenário por ser contra privilégios para homossexuais.
O que não posso é ser preconceituoso, principalmente como parlamentar, pois a Constituição do Estado do Rio de Janeiro estabelece em seu art. 9º, §1º que: “ninguém será discriminado, prejudicado ou privilegiado em razão de nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, estado civil, trabalho rural ou urbano, religião, convicções políticas ou filosóficas, deficiência física ou mental, por ter cumprido pena nem por qualquer particularidade ou condição.” A partir daí, quero esclarecer que na votação do dia 25 de maio, em primeira votação, por orientação das bancadas dos Partidos, vários evangélicos, inclusive eu, votamos a favor da tal emenda.
Naquele momento, entendemos que a proposta de emenda apenas reforçava a não discriminação pura e simples da pessoa homossexual, e que tão pouco não visava privilegiá-los. Note-se que seria uma grande contradição que a bancada evangélica – em quase sua totalidade – votasse a favor de uma idéia que vai de encontro aos preceitos bíblicos e nossas crenças; e até mesmo às nossas plataformas políticas, se não fosse em decorrência de uma interpretação errônea no afã de uma calorosa discussão em plenário. Aprofundamos nossa análise e entendemos que a PEC 23/2007 apresenta artimanhas que possibilitariam fundamentar legalmente condutas tão reprováveis em nossa sociedade, que visam destruir a família.
Dessa forma, estamos nos articulando para derrubar tal projeto na segunda votação. Portanto, lamentamos não ter percebido a sutileza das intenções do projeto na primeira votação, mas repudiamos as manifestações que queiram nos apresentar como contrários à causa do Evangelho.
Samuel Malafaia – Deputado Estadual”
Fonte: Gospel Prime
Artigo retirado do notícias gospel prime - http://noticias.gospelprime.com.br
Endereço do artigo: http://noticias.gospelprime.com.br/samuel-malafaia-explica-o-voto-favoravel-a-pec-232007/
 O pior disso tudo, é que para a televisão, o discurso é de amor, fraternidade, tolerância, ecumenismo: Globo (2:02 minutos); Sbt (1:08 minuto); Band (1:27)

Veja, agora, a ameaça que faz o pastor Silas Malafaia:

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