Governador Roberto Requião atribui a incidência de Câncer de Mama em Homens às Paradas Gays.
O Governador Roberto Requião, do Paraná (PMDB), em evento de governo na emissora de televisão do seu estado, ontem, atribuiu às Paradas Gays a ocorrência do câncer de mama em homens.
Hoje, a repercussão de sua desastrada, inadmissível e imperdoável afirmação traz a marca da unanimidade e da mobilização: enorme quantidade de jornalistas, apresentadores de programas, de rádio e de televisão, comentadores, representantes das associações lgbts e, sobretudo, de profissionais da saúde, em uníssono fizeram questão de repudiar semelhante despautério.
Em um país onde os homens são extremamente refratários à atitudes de prevenção; onde reiteradamente a Nação vem investindo em campanhas de conscientização visando superar o renitente preconceito contra o exame de próstata (medida preventiva ao câncer), um Governador de Estado, ainda que à guisa de "ser engraçado", fazer semelhante ilação constitui uma completa irresponsabilidade, para não falar na hipótese de delito contra a saúde pública.
Primeiro, por ser uma afirmação inteiramente absurda, infundada, estituída de qualquer embasamento científico.
Segundo porque, na medida em que constrói essa associação despropositada entre homossexualidade, bissexualidade e transexualidade masculinas e câncer de mama masculino, produz três efeitos nefastos:
a) reforça o preconceito, a estigmatização, a violência contra lgbtts;
b) contribui para o fortalecimento da cultura masculina de não-prevenção, tão combatida por todos os profissionais de saúde, gestores públicos sérios e ativistas dos movimentos lgbtts;
c) e, via de consequência, esvazia todo investimento (humano e econômico) que vem sendo realizado no sentido de combater o descaso masculino por práticas de prevenção.
Terceiro, porque tal atitude está em total incoerência com a política de governo que vem sendo praticada naquele estado, por aquele governador, relativamente ao reconhecimento dos direitos humanos das populações de gays, lésbicas, travestis, bissexuais e transexuais.
É de todo lamentável constatar como é comum se buscar fazer piada, no Brasil, com coisas sérias. Sem medir as consequências, os efeitos sociais.
Uma palavra que seja, quando concorde com uma cultura irracional persistente, tende a produzir seu reforço, deitando por terra os esforços no sentido de sua superação.
Tudo o que nós não precisamos é alguém investido na função pública que, mesmo "por brincadeira", contribua de qualquer modo para que homossexuais e transexuais continuem a ser alvo de violência, ou para que os homens continuem a não adotar atitudes preventivas - seja no tocante ao câncer de mama, seja quanto ao câncer de próstata, à hipertensão, ao alcoolismo, ao sexo sem camisinha, às drogas.
As paradas lgbt são manifestações públicas de caráter político e cultural em prol do reconhecimento e respeito aos direitos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais.
São eventos dos quais participam não apenas homossexuais, transexuais e bissexuais, mas todos aqueles comprometidos com a construção de um país verdadeiramente democrático e republicano.
Esses indivíduos lutam no Brasil há 31 (trinta e um) anos para serem equiparados a qualquer outro cidadão em termos de direitos, do mesmo modo que o são em suas obrigações - entre elas as tributárias.
O governador do Paraná bem o sabe!
Por tudo o que o governador Roberto Requião tem feito acontecer em seu estado em prol do reconhecimento dos direitos dessa parcela de seus cidadãos torna-se ainda mais difícil digerir semelhante infelicidade no manejo das palavras.
Hoje, a repercussão de sua desastrada, inadmissível e imperdoável afirmação traz a marca da unanimidade e da mobilização: enorme quantidade de jornalistas, apresentadores de programas, de rádio e de televisão, comentadores, representantes das associações lgbts e, sobretudo, de profissionais da saúde, em uníssono fizeram questão de repudiar semelhante despautério.
Em um país onde os homens são extremamente refratários à atitudes de prevenção; onde reiteradamente a Nação vem investindo em campanhas de conscientização visando superar o renitente preconceito contra o exame de próstata (medida preventiva ao câncer), um Governador de Estado, ainda que à guisa de "ser engraçado", fazer semelhante ilação constitui uma completa irresponsabilidade, para não falar na hipótese de delito contra a saúde pública.
Primeiro, por ser uma afirmação inteiramente absurda, infundada, estituída de qualquer embasamento científico.
Segundo porque, na medida em que constrói essa associação despropositada entre homossexualidade, bissexualidade e transexualidade masculinas e câncer de mama masculino, produz três efeitos nefastos:
a) reforça o preconceito, a estigmatização, a violência contra lgbtts;
b) contribui para o fortalecimento da cultura masculina de não-prevenção, tão combatida por todos os profissionais de saúde, gestores públicos sérios e ativistas dos movimentos lgbtts;
c) e, via de consequência, esvazia todo investimento (humano e econômico) que vem sendo realizado no sentido de combater o descaso masculino por práticas de prevenção.
Terceiro, porque tal atitude está em total incoerência com a política de governo que vem sendo praticada naquele estado, por aquele governador, relativamente ao reconhecimento dos direitos humanos das populações de gays, lésbicas, travestis, bissexuais e transexuais.
É de todo lamentável constatar como é comum se buscar fazer piada, no Brasil, com coisas sérias. Sem medir as consequências, os efeitos sociais.
Uma palavra que seja, quando concorde com uma cultura irracional persistente, tende a produzir seu reforço, deitando por terra os esforços no sentido de sua superação.
Tudo o que nós não precisamos é alguém investido na função pública que, mesmo "por brincadeira", contribua de qualquer modo para que homossexuais e transexuais continuem a ser alvo de violência, ou para que os homens continuem a não adotar atitudes preventivas - seja no tocante ao câncer de mama, seja quanto ao câncer de próstata, à hipertensão, ao alcoolismo, ao sexo sem camisinha, às drogas.
As paradas lgbt são manifestações públicas de caráter político e cultural em prol do reconhecimento e respeito aos direitos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais.
São eventos dos quais participam não apenas homossexuais, transexuais e bissexuais, mas todos aqueles comprometidos com a construção de um país verdadeiramente democrático e republicano.
Esses indivíduos lutam no Brasil há 31 (trinta e um) anos para serem equiparados a qualquer outro cidadão em termos de direitos, do mesmo modo que o são em suas obrigações - entre elas as tributárias.
O governador do Paraná bem o sabe!
Por tudo o que o governador Roberto Requião tem feito acontecer em seu estado em prol do reconhecimento dos direitos dessa parcela de seus cidadãos torna-se ainda mais difícil digerir semelhante infelicidade no manejo das palavras.
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