Amanhece o dia e já vem notícia ruim outra vez: A trans Camille foi agredida com pauladas na cabeça. Encontra-se desfigurada, em coma, no Hospital Mário Gatti, em Campinas, São Paulo.
A informação foi passada ontem à noite (26/07), por Janaína Lima. Segundo seu relato, o agressor foi preso em flagrante no momento em que tentava ocultar o corpo de Camille, pensando que ela já estivesse morta.
À polícia, teria apresentado a alegação de sempre: a vítima tentou obrigá-lo a fazer um programa e ele, "em legítima defesa" (???) lhe retirou as roupas, já que Camille foi encontrada apenas de calcinha.
No mesmo dia, mas pela manhã, o antropólogo e pesquisador Luís Mott denunciava que no domingo, em Alagoas, por volta das 23 horas uma travesti, de nome Monalisa, com 23 anos, foi alvo de cinco projéteis de arma de fogo, após discussão com o agressor, José Cláudio da Silva, de 37 anos.
O acusado foi preso em flagrande portando um revólver calibre 38 e autuado como incurso nos crimes de tentativa de homicídio e porte ilegal de arma. A vítima foi socorrida, sendo levada para o Hospital Geral do Estado.
Também no domingo foi publicado no jornal "Correio Popular", de Campinas, matéria denunciando práticas de homofobia nas relações de trabalho. A matéria é assinada por Fábio Gallacci, da agência Anhanguera, e foi socializada pelo advogado Paulo Mariante.
Conforme o texto veiculado no jornal, é cada vez maior o número de ações trabalhistas no Tribunal Regional do Trabalho, TRT, da 15ª Região - Campinas - denunciando práticas de discriminação motivadas por orientação homossexual, real ou suposta, e exigindo a competente indenização por assédio moral.
O Ministério Público do Trabalho em Campinas também já registrou, este ano, dois casos do mesmo tipo de discriminação.
Tais denúncias são importantes, na medida em que rompem com o silêncio cúmplice que fortalece o agressor, por conta do receio da vítima.
Sem dúvida que isso apenas vem sendo possível em razão da visibilidade que a questão dos direitos sexuais - aí incluídos os direitos à orientação sexual e à identidade de gênero - vem alcançando, decorrente das ações das militâncias nos movimentos LGBT.
No entanto, aparentemente na mesma proporção em que conquistam visibilidade e se mobilizam exigindo o respeito à sua dignidade pessoal e a efetiva isonomia de direitos frente aos heterossexuais, vê-se aumentando o número de denúncias de crimes praticados contra travestis, transexuais, gays, lésbicas em nosso país.
Dando seguimento ao "balanço" da semana, no domingo 25, o mesmo Mott socializa a notícia de assassinato de um homossexual de 43 anos em Goiás, desaparecido desde o dia 10 de julho. A última vez que fora visto com vida, foi na Parada Gay de Caldas Novas, nesse dia 10. No dia 12, a polícia encontrara o seu corpo sem vida, vítima de estrangulamento. Trata-se do Guia de Turismo César Augusto Hormande. Ele e seu agressor se conheceram e combinaram um programa na Parada. Saíram do evento, compraram algumas pedras de crack e seguiram para um matagal, onde houve o crime. O agressor fugiu com o carro da vítima e cerca de R$ 500,00 que estava em sua carteira. A fonte da notícia foi o sítio da Polícia Militar de Goiás.
Sobre o caso da lésbica de Teresópolis, RJ, que foi assassinada com golpes de taco de sinuca em um bar próximo à sua residência, sem que ninguém esboçasse qualquer reação impeditiva, até o dia 23/07, data da última informação veiculada, não se dispunha de informações da SuperDir (governo do estado do RJ) sobre a apuração do caso. Segundo divulgado, o senhor Superintendente, Cláudio Nascimento, se encontrava em viagem. Nenhuma outra autoridade da mesma Superintendência divulgara nenhuma nota sobre o encaminhamento das investigações.
Em 23/07, o professor Mott divulgava a relação de assassinatos - somente assassinatos - praticados em 2010, depois de, uma vez mais, esclarecer que tal quantificação é de obrigação do Estado e que os dados de que dispõe são apenas aqueles veiculados na imprensa:
A informação foi passada ontem à noite (26/07), por Janaína Lima. Segundo seu relato, o agressor foi preso em flagrante no momento em que tentava ocultar o corpo de Camille, pensando que ela já estivesse morta.
À polícia, teria apresentado a alegação de sempre: a vítima tentou obrigá-lo a fazer um programa e ele, "em legítima defesa" (???) lhe retirou as roupas, já que Camille foi encontrada apenas de calcinha.
No mesmo dia, mas pela manhã, o antropólogo e pesquisador Luís Mott denunciava que no domingo, em Alagoas, por volta das 23 horas uma travesti, de nome Monalisa, com 23 anos, foi alvo de cinco projéteis de arma de fogo, após discussão com o agressor, José Cláudio da Silva, de 37 anos.
O acusado foi preso em flagrande portando um revólver calibre 38 e autuado como incurso nos crimes de tentativa de homicídio e porte ilegal de arma. A vítima foi socorrida, sendo levada para o Hospital Geral do Estado.
Também no domingo foi publicado no jornal "Correio Popular", de Campinas, matéria denunciando práticas de homofobia nas relações de trabalho. A matéria é assinada por Fábio Gallacci, da agência Anhanguera, e foi socializada pelo advogado Paulo Mariante.
Conforme o texto veiculado no jornal, é cada vez maior o número de ações trabalhistas no Tribunal Regional do Trabalho, TRT, da 15ª Região - Campinas - denunciando práticas de discriminação motivadas por orientação homossexual, real ou suposta, e exigindo a competente indenização por assédio moral.
O Ministério Público do Trabalho em Campinas também já registrou, este ano, dois casos do mesmo tipo de discriminação.
Tais denúncias são importantes, na medida em que rompem com o silêncio cúmplice que fortalece o agressor, por conta do receio da vítima.
Sem dúvida que isso apenas vem sendo possível em razão da visibilidade que a questão dos direitos sexuais - aí incluídos os direitos à orientação sexual e à identidade de gênero - vem alcançando, decorrente das ações das militâncias nos movimentos LGBT.
No entanto, aparentemente na mesma proporção em que conquistam visibilidade e se mobilizam exigindo o respeito à sua dignidade pessoal e a efetiva isonomia de direitos frente aos heterossexuais, vê-se aumentando o número de denúncias de crimes praticados contra travestis, transexuais, gays, lésbicas em nosso país.
Dando seguimento ao "balanço" da semana, no domingo 25, o mesmo Mott socializa a notícia de assassinato de um homossexual de 43 anos em Goiás, desaparecido desde o dia 10 de julho. A última vez que fora visto com vida, foi na Parada Gay de Caldas Novas, nesse dia 10. No dia 12, a polícia encontrara o seu corpo sem vida, vítima de estrangulamento. Trata-se do Guia de Turismo César Augusto Hormande. Ele e seu agressor se conheceram e combinaram um programa na Parada. Saíram do evento, compraram algumas pedras de crack e seguiram para um matagal, onde houve o crime. O agressor fugiu com o carro da vítima e cerca de R$ 500,00 que estava em sua carteira. A fonte da notícia foi o sítio da Polícia Militar de Goiás.
Sobre o caso da lésbica de Teresópolis, RJ, que foi assassinada com golpes de taco de sinuca em um bar próximo à sua residência, sem que ninguém esboçasse qualquer reação impeditiva, até o dia 23/07, data da última informação veiculada, não se dispunha de informações da SuperDir (governo do estado do RJ) sobre a apuração do caso. Segundo divulgado, o senhor Superintendente, Cláudio Nascimento, se encontrava em viagem. Nenhuma outra autoridade da mesma Superintendência divulgara nenhuma nota sobre o encaminhamento das investigações.
Em 23/07, o professor Mott divulgava a relação de assassinatos - somente assassinatos - praticados em 2010, depois de, uma vez mais, esclarecer que tal quantificação é de obrigação do Estado e que os dados de que dispõe são apenas aqueles veiculados na imprensa:
Segue a lista do GGB, 111 assassinatos em 2010. Faltam Acre, Amapá e Roraima, favor grupos destes estados enviar informação. E os demais estados, favor conferir se estão de acordo com tais números. Se não, divulgar a lista atualizada. Fora os que estão no purgatório, esperando confirmação.
| 12 |
| 11 |
| 11 |
| 8 |
| 8 |
| 7 |
| 6 |
| 6 |
| 5 |
| 5 |
| 4 |
| 4 |
| 3 |
| 3 |
| 3 |
| 3 |
| 2 |
| 2 |
| 2 |
| 2 |
| 1 |
| 1 |
| 1 |
| 1 |
TOTAL | 111 |
TRANS 37 33%
LESBICAS 7 0,6%
Até quando seguiremos nessa contabilidade mórbida? Até quando seguiremos enterrando pessoas que apenas buscavam viver, ser respeitadas em sua singularidade?
Até quando a cumplicidade do Estado, em suas múltiplas instituições - Câmara de Deputados e Senado; Executivo Federal...?
OMISSÃO TAMBEM É CRIME!
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