Continua o senhor deputado federal Jair Bolsonaro com sua campanha contra a superação da cultura da discriminação e do preconceito em face de LGBTs, fruto de seu desconhecimento histórico e antropológico.
Aferrado às suas pré-noções, se recusa terminantemente, assim como toda a sua família de parlamentares profissionais, a simplesmente buscar se informar, a conhecer sobre um assunto ANTES de assumir algum posicionamento - como tem sido a regra dos parlamentares de formação religiosa fundamentalista ou conservadora, como foi o caso, por exemplo, da deputada estadual Miryam Rios, ao pontificar sobre a demanda por não discriminação aos LGBTs associando-a de forma vil e ignóbil à pedofilia.
Tomado por essas visões pré-constituídas, calcadas na ignorância, na desinformação, se recusam a buscar informação, conhecimento a respeito de um assunto sobre o qual tanto se posicionam, sempre em flagrante desrespeito aos princípios válidos, legítimos e obrigatórios fixados na Constituição da República (não-discriminação, inclusão, autodeterminação, isonomia) e em flagrante desconsideração às orientações emanadas pela Organizações das Nações Unidas - ONU.
É sintomatico como o senhor Jair Bolsonaro concebe família e as famílias formadas por pessoas do mesmo sexo. Em sua concepção, gays, lésbicas, travestis e transexuais não passam de pessoas imorais, abjetas e desmerecedoras de qualquer resquício de dignidade e, via de consequência, de direitos.
Para esse senhor, a família heterossexual de modelo patriarcal - aquela família cujo pai todo poderoso "senta o cacete" nos filhos, caso esses não correspondam à expectativa de identidade de gênero e orientação sexual normativa - é o único modelo de família a ser reconhecido e legitimado pelo estado.
Não consegue reconhecer esse senhor que família é uma construção histórica, cultural, que varia na medida em que se modificam as coletividades humanas;
Não enxerga que, na atualidade, o cimento que estrutura as organizações familiares é o cuidado recíproco, vale dizer, o afeto, o compromisso.
Não consegue reconhecer que esse modelo patriarcal de família que ele à força quer fazer crer exista desde sempre foi o resultado de um processo de dominação religioso e cultural, construído à custa de profunda opressão das mulheres e das crianças.
Em vivo mecanismo de negação, esse senhor se mantém aferrado a uma noção idealizada de família, que em nada corresponde à realidade da civilização humana ocidental.
Desconsidera o processo de conquista de poder que foi a instituição do casamento enquanto sacramento religioso;
Ignora o fato histórico de que a Igreja Católica levou do século IV ao século XIII para conseguir transformar o casamento de simples contrato civil e privado em sacramento religioso;
Desconsidera o fato histórico de que antes da ascensão da ideologia católica, o casamento se constituía num contrato de compra e venda, celebrado por meio do pagamento dos "esponsais", ou dote (do latim pretium, preço, ou dos, doação), prática originária do código visigótico e que chegou ao direito portugues sob o nome de arras - Tanto que a expressão "mulher arriada" significava "mulher legalmente casada", em oposição à "mulher barregã" - mulher amancebada (ALMEIDA, 1993, pág. 46-58);
Mantém-se cego a toda sorte de neuroses que esse seu modelo de família construiu, na medida em que suprimia as liberdades individuais de seus integrantes.
As contradições na sua própria família
Entretanto, embora busque a viva força, tanto o senhor Jair quanto os seus filhos, se capitalizar politicamente através da ignorância, do desconhecimento, da visão obscurantista e preconceituosa (constituída a partir de ideias pre-concebidas), como um ato falho, às vezes irrompe a íntima convicção de que a todas as pessoas é devido o respeito à sua dignidade - ao menos em seu filho, Carlos.
Em 09 de setembro, Carlos Bolsonaro, vereador pelo Rio de Janeiro (que entende tão irrelevante a importância dos partidos políticos que suprime a informação daquele ao qual é filiado e em nome do qual exerce o mandato), afirmava que "nada temos contra os gays decentes".
Sem entrar no mérito daquilo que o vereador entende seja ou não "decente", percebe-se que em certos momentos há lampejos de racionalidade, ao menos no Bolsonaro vereador.
Vejamos esse outro exemplo, de 17 de agosto de 2011, ainda no Twitter:
Ou seja, apesar de manterem-se aferrados à visão de mundo que associa homossexualidade, travestilidade e transexualidade a abjeção, delinquência, pedofilia, de tempos em tempos reconhecem - ao menos o vereador - que as pessoas, todas as pessoas, tem o direito à dignidade, a serem respeitadas; a conduzirem-se com liberdade e compromisso social, com vistas a conquista da alegria, a felicidade.
Veja, a seguir, o discurso na Câmara Federal do deputado Jair (os negritos são de minha autoria):
Aferrado às suas pré-noções, se recusa terminantemente, assim como toda a sua família de parlamentares profissionais, a simplesmente buscar se informar, a conhecer sobre um assunto ANTES de assumir algum posicionamento - como tem sido a regra dos parlamentares de formação religiosa fundamentalista ou conservadora, como foi o caso, por exemplo, da deputada estadual Miryam Rios, ao pontificar sobre a demanda por não discriminação aos LGBTs associando-a de forma vil e ignóbil à pedofilia.
Tomado por essas visões pré-constituídas, calcadas na ignorância, na desinformação, se recusam a buscar informação, conhecimento a respeito de um assunto sobre o qual tanto se posicionam, sempre em flagrante desrespeito aos princípios válidos, legítimos e obrigatórios fixados na Constituição da República (não-discriminação, inclusão, autodeterminação, isonomia) e em flagrante desconsideração às orientações emanadas pela Organizações das Nações Unidas - ONU.
É sintomatico como o senhor Jair Bolsonaro concebe família e as famílias formadas por pessoas do mesmo sexo. Em sua concepção, gays, lésbicas, travestis e transexuais não passam de pessoas imorais, abjetas e desmerecedoras de qualquer resquício de dignidade e, via de consequência, de direitos.
Para esse senhor, a família heterossexual de modelo patriarcal - aquela família cujo pai todo poderoso "senta o cacete" nos filhos, caso esses não correspondam à expectativa de identidade de gênero e orientação sexual normativa - é o único modelo de família a ser reconhecido e legitimado pelo estado.
Não consegue reconhecer esse senhor que família é uma construção histórica, cultural, que varia na medida em que se modificam as coletividades humanas;
Não enxerga que, na atualidade, o cimento que estrutura as organizações familiares é o cuidado recíproco, vale dizer, o afeto, o compromisso.
Não consegue reconhecer que esse modelo patriarcal de família que ele à força quer fazer crer exista desde sempre foi o resultado de um processo de dominação religioso e cultural, construído à custa de profunda opressão das mulheres e das crianças.
Em vivo mecanismo de negação, esse senhor se mantém aferrado a uma noção idealizada de família, que em nada corresponde à realidade da civilização humana ocidental.
Desconsidera o processo de conquista de poder que foi a instituição do casamento enquanto sacramento religioso;
Ignora o fato histórico de que a Igreja Católica levou do século IV ao século XIII para conseguir transformar o casamento de simples contrato civil e privado em sacramento religioso;
Mantém-se cego a toda sorte de neuroses que esse seu modelo de família construiu, na medida em que suprimia as liberdades individuais de seus integrantes.
As contradições na sua própria família
Entretanto, embora busque a viva força, tanto o senhor Jair quanto os seus filhos, se capitalizar politicamente através da ignorância, do desconhecimento, da visão obscurantista e preconceituosa (constituída a partir de ideias pre-concebidas), como um ato falho, às vezes irrompe a íntima convicção de que a todas as pessoas é devido o respeito à sua dignidade - ao menos em seu filho, Carlos.
Em 09 de setembro, Carlos Bolsonaro, vereador pelo Rio de Janeiro (que entende tão irrelevante a importância dos partidos políticos que suprime a informação daquele ao qual é filiado e em nome do qual exerce o mandato), afirmava que "nada temos contra os gays decentes".
Nada temos contra os gays decentes, nunca apoiaremos oportunistas q sobrevivem d votos e verba pública p/ "justificar sua existência".
Sem entrar no mérito daquilo que o vereador entende seja ou não "decente", percebe-se que em certos momentos há lampejos de racionalidade, ao menos no Bolsonaro vereador.
Vejamos esse outro exemplo, de 17 de agosto de 2011, ainda no Twitter:
VerBolsonaro Carlos BolsonaroCaracterizar a competência do ser humano por sua sexualidade é + puro desmerecimento de uma pessoa decente.
Veja, a seguir, o discurso na Câmara Federal do deputado Jair (os negritos são de minha autoria):
Sessão: 234.1.54.O Hora: 09:50 Fase: BC
Orador: JAIR BOLSONARO, PP-RJ Data: 6/9/2011
O SR. JAIR BOLSONARO (PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Prezado Presidente Manato, eu esperava não ter mais que tocar neste assunto, uma vez que já sofri um desgaste muito grande e fui jogado no Conselho de Ética. Acabei sendo absolvido, porque a maioria do Conselho era composta de héteros e de pessoas com vergonha na cara. Quanto ao restante, lógico que alguns votaram para me cassar.
Agora, o que acontece, Sr. Presidente? O kit gay foi recolhido pela Presidente Dilma Rousseff. Ela fez aquela cara de santa, de quem não sabia de nada, muito comum no PT, mas o que acontece agora? Em decreto presidencial de 18 de maio, Dilma Rousseff convoca a 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, para o período de 15 a 18 de dezembro.Fonte: http://www.camara.gov.br/internet/sitaqweb/TextoHTML.asp?etapa=5&nuSessao=234.1.54.O&nuQuarto=23&nuOrador=2&nuInsercao=0&dtHorarioQuarto=09:50&sgFaseSessao=BC&Data=6/9/2011&txApelido=JAIR%20BOLSONARO,%20PP-RJ
Serão 4 dias em que 800 homossexuais e simpatizantes estarão aqui em Brasília, com tudo pago pelo Governo. Se fosse para tratar de como fazem amor ou têm prazer entre eles, o dinheiro público estaria apenas envolvido nessa questão. Mas vêm tratar, como está publicado aqui - eu não estou inventando nada -, novamente, do currículo escolar.
Entre as questões tratadas sobre o currículo escolar, no item 1.4.6 - tudo isso que eu estou falando está publicado no Diário Oficial da União, edição de 4 de julho. Para não falarem que eu estou inventando -, eles atacam diretamente os livros escolares.
O item 1.4.6 diz:
"1.4.6 - Distribuição de livros para bibliotecas escolares com a temática diversidade sexual para o público infanto (até 10 anos) juvenil (10 aos 15 anos)"
Até 10 anos de idade! São 180 itens.
Eles estão classificando, esses 800 homossexuais, com o apoio da Secretária Maria do Rosário, como inadequadas para crianças obras com conteúdos homofóbicos. O que é isso? Primeiro, eu desconheço qualquer pregação contra homossexuais em qualquer livro escolar.
Mas o que vai ser daqui para frente? Em qualquer livro que tenha uma figura de um homem de calça comprida, de uma mulher de saia e uma criança do lado tem que ter também uma outra figura de um homem, com outro homem de calça comprida e uma criança adotada do lado. É isso! Ou também uma figura de duas mulheres e uma criança adotada.
Qual é o objetivo disso? Está publicado aqui, não estou inventando não: "Reconhecer todas as configurações familiares protagonizadas por lésbicas, gays, bissexuais e travestis com base na desconstrução da heteronormatividade".
O que eles querem com isso? Mostrar para a garotada que um casal não é apenas um homem e uma mulher. Garotada de 6 anos de idade, como está escrito aqui.
Sra. Presidente, para concluir. É a desconstrução da família. Parece que é um partido que quer apoiar o ateísmo em nosso País e esculhambar a família. É um projeto de poder. Quanto mais gente ignorante estiver recebendo o Bolsa Família e com o título de eleitor na mão, melhor é para esse pessoal se perpetuar no poder.
Como resolver isso? A Câmara dos Deputados não participa disso. Isso não passa por aqui. Mas passa a nossa pressão lá fora.
O que nós fizemos? Por meio do meu filho, que é Vereador no Rio de Janeiro, o Vereador Carlos Bolsonaro, nós entramos com um projeto de lei no Município do Rio de Janeiro. O que ele visa? Proibir a distribuição de livros, publicações, cartazes, filmes, vídeos, faixas, etc. com material sobre diversidade sexual para as escolas de 1º grau.
O que nós queremos com isso e para o que apelamos? Para que as demais Câmaras Municipais do Brasil façam a mesma coisa. É a maneira que nós temos de conter essa sanha homossexual arraigada neste Governo.
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