Hoje sionistas pararam por dois minutos em memória dos... JUDEUS (sim, apenas deles) assassinados pelo nazismo. Foi às dez horas de lá de Israel.
De minha parte, sofro com a consciência dos genocídios nas chamadas Américas*, praticados pelos povos invasores (meus ancestrais, eu sei; e fiquei muito mal comigo quando me dei conta disso, lá nos idos do ensino ginasial); daqueles tantos praticados no continente africano e Oriente Médio (ainda nos dias que correm, pelos grupos muçulmanos totalitários e fanáticos, como Boko Haram e Estado Islâmico, onde as mulheres são alvo preferencial na guerra deles), nas guerras do final do século XX (em muitas das quais o estupro de mulheres foi praticado sistematicamente e como "arma de guerra"); e também com todas as matanças praticadas na Primeira, como na II Guerra - sim, na I Guerra também tivemos um horrível morticínio.
Na II Guerra, me comove e indigna tanto as execuções levadas a efeito pelos nazistas como pelos stalinistas e, mesmo, pelos estadunidenses, com as suas duas bombas atômicas, sobre Hiroshima e Nagasaki. Dos extermínios praticados pelos nazistas, revolta-me os praticados não apenas contra os judeus, mas todos eles: o das Testemunhas de Jeová, dos Católicos, Comunistas, Ciganos, Homossexuais (homens e mulheres, cujo número exato até hoje não foi possível conhecer, dada a estigmatização intensa sobre esse segmento populacional)...
Causa-me desconforto um povo (embora inventado em período historicamente datado e para cumprir uma finalidade política**) que, sobre o extermínio generalizado, cuide de chorar apenas os SEUS mortos. Se embora todo o vivido não é capaz de empatia, como pretender obtê-la do restante da humanidade? E mais, como reivindicar o lugar de vítima privilegiada na história e, ao mesmo tempo, invadir terras ocupadas por outro povo, que além do mais é oriundo do mesmo ramo comum, e seguir praticando ações que levem à sua aniquilação, inclusive com execuções físicas sistemáticas, desde pelo menos a década de 1960, com o apoio ostensivo dos Estados Unidos da América e a falta de ação efetiva de parte da ONU?
OBSERVAÇÃO: NO JORNAL DAS 01H00 DE 17/04/15 DA GLOBO "NIUS" FOI NOTICIADO QUE O MOVIMENTO GAY JUDAICO FEZ HOMENAGEM À MEMÓRIA DE TODOS OS HOMOSSEXUAIS ASSASSINADOS, RECORDANDO, AINDA, O SOFRIMENTO DE TODAS AS DEMAIS VÍTIMAS, RESSALTANDO QUE NÃO FORAM APENAS OS JUDEUS OS ATINGIDOS PELO HORROR NAZISTA. (Atualizado em 17/04/15, às 11h04) Bom sinal.
OBSERVAÇÃO: NO JORNAL DAS 01H00 DE 17/04/15 DA GLOBO "NIUS" FOI NOTICIADO QUE O MOVIMENTO GAY JUDAICO FEZ HOMENAGEM À MEMÓRIA DE TODOS OS HOMOSSEXUAIS ASSASSINADOS, RECORDANDO, AINDA, O SOFRIMENTO DE TODAS AS DEMAIS VÍTIMAS, RESSALTANDO QUE NÃO FORAM APENAS OS JUDEUS OS ATINGIDOS PELO HORROR NAZISTA. (Atualizado em 17/04/15, às 11h04) Bom sinal.
#tristehumanidade
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* Sintomático observar que Hanna Arendt se refere ao holocausto judeu como o primeiro genocídio da humanidade, ignorando completamente o genocídio dos povos nativos daquele que foi nomeado pelos invasores (meus ancestrais!) como continente americano.
** Caso tenha interesse em saber como e por que se deu essa invenção, confira o livro do historiador Shlomo Sand, ele próprio judeu (mas não sionista!), cuja infância foi em campo de concentração e hoje professor de história contemporânea na Universidade de Tel-Aviv, A Invenção do Povo Judeu, editado no Brasil pela Benvirá,, SP, em 2011, e que mereceu da parte de Eric Hobsbawn o seguinte comentário: "Talvez livros que combinem emoção e erudição não mudem as situações políticas, mas, se o fizessem, este seria um marco histórico."
Atualizado às 15h05.
Atualizado às 15h05.
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