O Executivo Federal anda a incentivar uma prática destrutiva para os métodos construtivos tradicionais:
Buscando combater o barbeiro e, com ele, a febre amarela que grassa ainda os nossos interiores, o governo federal tem estimulado as prefeituras a financiar a substituição das casas de taipa pelas de alvenaria.
Ocorre que esse método construtivo possui custo muito mais elevado e sem as vantagens termoacusticas proporcionadas por vários métodos tradicionais que usam o barro cru. Este é usualmente obtido no próprio local da construção (de graça e manipulado via mutiroes entre amigos e vizinhos, fortalecendo os laços entre indivíduos).
Agora vejam a matéria abaixo. Ali há a menção da existência de uma casa de 200 anos de existência, construída com a taipa. O mesmo método que, utilizado de forma precária, serve de moradia para o barbeiro.
Por que o Executivo Federal ao invés de contribuir para a perda de conhecimento tradicional, para o encarecimento das casas para as populações pobres e tradicionais e para o enfraquecimento dos vínculos e práticas solidárias, não fomenta convênios com entidades sérias e qualificadas tecnicamente (faculdades de arquitetura e engenharia; ONGs etc.) para que estas transfiram para as comunidades técnicas de aprimoramento do uso da taipa? - Porque seria infinitamente mais barato?
A pergunta que se coloca é: Quem está a ganhar com isso?
Essa história faz lembrar a substituição dos reservatórios de alvenaria (construídos por membros das comunidades) para coleta de água de chuva, por caixas d'água imensas, de PLÁSTICO (que não tem a mesma durabilidade e custam uma enormidade, comparadas com as de alvenaria, além de não ser fruto do trabalho da própria comunidade).
"A casa-grande é um prédio térreo de 200 anos, telhado de quatro águas, grossas e altas paredes de taipa."
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/estradas-do-passado/324731
Nenhum comentário:
Postar um comentário