sábado, 31 de março de 2012

Onde a laicidade do Estado Brasileiro?

Senado Federal é palco para cultos evangélicos
Desde a proclamação da República, em 1889, a Constituição pátria estabeleceu a separação entre Estado e religião.

Secularismo ou laicidade, significa dizer que o estado e suas repartições devem observar a estrita apartação de assuntos religiosos, de modo a que seja respeitada a liberdade de culto.


Cartaz-convite Culto FPE
Assim, todas as denominações religiosas devem igualmente observar o distanciamento em relação ao estado e as repartições públicas, para que nenhuma delas termine por privilegiar uma em detrimento das demais, com o que o princípio da liberdade de crença ficaria comprometido.

Culto na ALERJ
Isso não é, porém, o que ocorre na prática em nosso país - como é facilmente perceptível por qualquer pessoa que tenha olhos de ver:

O culto da discórdia no Palácio do Planalto - 20/09/11 Servidores protestam contra a realização de culto no Planalto

Questionamento sobre culto no Palácio do Planalto é encaminhado para a Justiça Federal no DF - 04/10/2011

2º culto no Planalto - 04/03/2012 

Prefeitura inaugura portal com a frase "Carapicuíba é do Senhor Jesus" e gera polêmica - 27/03/2012

Jesus é o Senhor da Cidade de Itu
TV e religião - Tela crente - 28/12/2010 - Igreja Batista da Lagoinha instala tvs de 32 polegadas, LCD, em todas as celas de uma prisão da cidade. As tvs ficam o tempo todo sintonizadas no canal da Igreja.


Na realidade, como este blog vem reiteradamente demonstrando, encontra-se em curso um projeto político por parte das religiões católica e evangélicas de ocupação do Estado nacional:

Missa na ALERJ

Projeto de poder dos evangélicos

Religiosos organizam culto no Tribunal de Justiça do Rio


Reiteradamente os espaços públicos tem sido objeto de ocupação por parte dessas denominações religiosas, violando-se ostensivamente o princípio do secularismo e desrespeitando os cidadãos que não professam esses credos.



Culto Câmara dos Deputados - FPE
Seria bom ver o Ministério Público exercer mais uma vez a sua função constitucional e garantir a inibição de tais práticas, fazendo com que seja observada a Constituição da
Culto Câmara Federal FPE
República.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Religiosos organizam grupo de culto no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

Avança o projeto Igreja Estendida

Além de dominar presídios, com frases bíblicas em suas fachadas, igrejas (Igrejas e não espaços ecumênicas!) em seu interior e juramento cívico no ato da posse de Inspetores invocar o nome do deus, agora é o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro que passa a ser alvo do projeto Igreja Estendida.

Toda sexta-feira, às 10h, na Lâmina I - 5º andar, a antiga Capela, que na administração passada foi transformada em Espaço Ecumênico, agora abriga grupo de culto.

Uma pergunta, inevitável: Acaso se algum grupo de adeptos do candomblé solicitasse o espaço ecumênico para suas reuniões (mesmo que sem o uso de tambores, incensos, velas), será que lhe seria deferido?
"Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas". (Mt 6:33) Este é o versículo no pé do cartaz.
Ou seja, a "sua justiça", nessa interpretação do deus bíblico, deve vir primeiro do que as normas jurídicas civis - Constituição e demais regulamentos legislativos do sistema jurídico pátrio.

Confira:

  Todos os espaços são igreja

"A razão bíblica para a existência da igreja, em todas as suas formas, é buscar, de forma ousada, tomar posse da sociedade em que vivemos  (WAGNER, 2007, p. 10) .

 Ora, se a razão, o motivo, o sentido "bíblico" para a existência da igreja é tomar posse da sociedade, é preciso que se construa e implemente um projeto para a conquista dessa sociedade, para a instauração de um "governo da igreja" (WAGNER, 2007, p. 11) .

 Nesse projeto - estender a igreja para além do templo privado (igreja nuclear) -, há que se conquistar todos os espaços onde se trabalhe.

Assim, cabe a todos os "cristãos" participar desse projeto de conquista e lutar para transformar o seu local de trabalho em uma igreja, estendendo-a então a todos os espaços sociais; todos! Porque em todos eles é preciso ganhar almas para o esse projeto de divindade.
E, assim, vão construíndo grupos de estudos bíblicos, grupos de oração, seja em qual seja a instituição - preferencialmente pública! - Repartições,  Universidades, Parlamentos e, agora, o Judiciário.

Por meio dessa estratégia, buscam  reintroduzir o estado religioso. 

O Reino do deus é aqui
Para alcançá-lo, utilizam-se do discurso místico:   a implantação do "Reino de Deus". - Mas, qual deus? 

- O de sua concepção, claro! Sequer admitem pensar a possibilidade de que as divindades das outras expressões religiosas são igulamente legítimas!Como igualmente legítima é a opção de não professar crença nenhuma.

E, assim, partem para a construção do "Reino" dessa específica concepção de divindade nos espaços cívicos, onde, constitucionalmente, deve prevalecer os princípios da Constituição da República.
Afirmam que o verdadeiro "Reino de [seu] Deus não está confinado nos muros de uma igreja local"."Não é simplesmente uma metáfora ou uma figura de linguagem; ele é tangível. [...] Deve ser encontrado onde quer que haja indivíduos exaltando Jesus Cristo como seu Rei." Mas não apenas. 

As pessoas que professam essas religiões não se contentam em permanecer apenas "onde haja indivíduos que exaltam Jesus Cristo como seu Rei". Não. Eles querem mais. Muito mais.
O desejo de Deus é que os valores, as bênçãos e que a prosperidade do Reino de Deus permeiem todas as áreas da sociedade. (Idem, p. 15. Negritei.)
Ou seja, ninguém tem mais o constitucional direito à liberdade de crença - inclusive a liberdade de não professar crença alguma. A sua concepção peculiar do deus deve ser imposta sobre toda a sociedade, em todas as suas áreas.

Esse o novo paradigma cuja implantação encontra-se em curso.
Diferentemente do católico, onde se devia buscar a salvação em um outro mundo, que viria depois, na eternidade, pois este terrenal é mau e pecaminoso, agora o postulado religioso desses grupos é:  
Não se deve abandonar o mundo à ação desimpedida de Satanás.
 Há que se realizar a disputa contra Ele.
Por Satanás entenda-se toda e qualquer visão de mundo distinta da deles, fundamentada numa leitura bíblica ahistórica, seletiva, que pinça algumas passagens e ignora e omite outras, integrantes do mesmo contexto cultural dos hebreus, nos tempos em que viviam a necessitar de filhos, muitos filhos, principalmente homens - por uma questão de sobrevivência e poder -, para que pudessem guerrear e cuidar da terra.

E para isso - para disputar as almas com Satanás, ganhando-as para o deus - é preciso fazer com que a igreja não se restrinja apenas às paredes do templo (igreja nuclear); que não se contente com aquelas almas que ali foram "espontaneamente". 
É preciso buscá-las em toda parte. Inclusive e preponderantemente nos ambientes de trabalho - em todos eles, sobretudo os públicos. Afinal, é precisamente ali onde se passa o maior número de horas por dia.
Referência:
WAGNER, C. Peter. Os cristãos no ambiente de trabalho. Como o povo de Deus pode transformar a sociedade. São Paulo: Ed. Vida, 2007. - O autor é "professor de Crescimento da Igreja no Fuller Theological Seminary School of World Mission, Pasadena, EUA, por 28 anos."

Mercusul e Associados declaram repúdio à homofobia

30/MAR/2012 - Raadh – Estados assumem compromisso para garantia dos direitos da população LGBT

Foi aprovada nesta quinta-feira (29), durante a 21ª Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos e Chancelarias do Mercosul e Estados Associados (Raadh), em Buenos Aires, uma declaração conjunta de repúdio a todos os atos de violência contra a população LGBT. A proposta foi feita pela ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR).

Na declaração, os Estados assumem a responsabilidade de adotar, dentro dos parâmetros das instituições jurídicas de cada país, “políticas públicas contra a discriminação de pessoas em razão de sua orientação sexual e identidade de gênero”. O texto sugere ainda a criação, no âmbito da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, de uma Unidade para os Direitos LGTB. Leia abaixo a íntegra da declaração:
Declaração da RAADH sobre os direitos da População LGBT
Visto
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticosm, o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, a Convenção Americana de Direitos Humanos, o Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (San Salvador); A Declaração sobre a Orientação Sexual e Identidade de Gênero das Nações Unidas de 2008, a Declaração do Mercosul sobre os Direitos das Minorias Sexuais, 2007;
Considerando-se

Que os atos de violência e outras violações dos direitos humanos contra pessoas por causa da orientação sexual e identidade de gênero, são de grande preocupação;

Que o direito de viver livre de violência inclui, entre outros, o direito de estar livre de todas as formas de discriminação;

Só a erradicação da discriminação garante uma vida decente, o gozo e exercício pleno de todos os direitos, e a vigência do Estado Democrático de Direito;

O estabelecimento, pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Unidade para os Direitos das lésbicas, gays e transexuais, bissexuais e intersexuais (LGBTI);

Declara
Seu compromisso com a adoção, dentro dos parâmetros das instituições jurídicas de direito interno, de políticas públicas contra a discriminação contra as pessoas por causa da orientação sexual e identidade de gênero.

Sua condenação quanto à discriminação contra pessoas em razão da orientação sexual e identidade de gênero e insta os Estados a eliminar as barreiras enfrentadas lésbicas, gays, bisexuais, travestis, transexuais e intersexuais no acesso aos direitos;

Sua rejeição à violência e violações dos direitos humanos contra as pessoas LGBTI e insta os Estados a prevenir, investigar e garantir que as vítimas recebam a proteção judicial devida em condições de igualdade;

21ª Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos e Chancelarias do Mercosul e Estados Associados (Raadh)

quarta-feira, 28 de março de 2012

Câmara Municipal do RJ: Como a Casa do Povo do Rio recebe os seus cidadãos

Como dito na postagem anterior, estivemos ontem na Câmara Municipal do Rio de Janeiro - o Palácio Pedro Ernesto, de grande memória na luta pelas liberdades civis! E o prefeito que dá nome à casa, igualmente um bravo cidadão que lutou vigorosamente pela Saúde e Educação públicas de qualidade, tendo sido alvo de intensa campanha desqualificatória - chamavam-no "comunista"! Aliás, é curioso como todas aquelas pessoas que, no Brasil, se pautam em defender a justiça social, a função essencial do Estado, são imediatamente rotuladas de "comunistas" com um sentido absurdamente pejorativo ao termo, chegando mesmo a assemelhá-lo a um palavrão!
Escada de Acesso às Galerias 27/03/12

Maior não poderia ter sido a nossa surpresa! Pois vejam como é que o povo - o real e verdadeiro detentor do poder que os parlamentares usam por mera delegação - é recepcionado na sua Casa:

A entrada para as Galerias - cuja localização acertadamente o arquitero posicionou ACIMA dos vereadores, para lembrá-los de quem detem o poder na República - se faz por uma escada sombria, cujo acesso se encontrava coberto de água, tendo ao lado, motores (presumivelmente de bombas), sujeira, armários velhos...

É dessa forma que O POVO adentra À SUA CASA para poder ACOMPANHAR e FISCALIZAR o trabalho daqueles aos quais DELEGA o SEU PODER.

Tábua sobre poça dágua, motores, lixo
Armários, escuridão e sujeira
Para se chegar às Galerias ("A" e "B"), muito acertadamente nomeadas em memória do grande presbítero LYNÂNEAS MACIEL, a população do Rio de Janeiro tem que enfrentar sujeira, águas sabe-se lá sua proveniência, má iluminação e uma enorme quantidade de armários velhos!

Que se torne exigível capacitação dos Parlamentares em Direitos Humanos e Princípios Fundamentais da Constituição

Ontem estivemos na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, a acompanhar a sessão plenária onde se daria a segunda votação do projeto de lei do vereador Carlos Bolsonaro que visa impedir que as escolas públicas municipais eduquem para a Diversidade, superando o ódio à diferença (Projeto nº 1082/2011)

Art. 1º Fica vedada a distribuição, a exposição e a divulgação de livros, publicações, cartazes, filmes, vídeos, faixas ou qualquer tipo de material, contendo orientações sobre a diversidade sexual nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Educação Infantil da rede pública municipal da Cidade do Rio de Janeiro. 
Parágrafo único.  O material a que se refere o caput deste artigo é todo aquele que, contenha orientações sobre a prática da homoafetividade, de combate à homofobia, de direitos de homossexuais, da desconstrução da heteronormatividade ou qualquer assunto correlato.
É impossível não comentar o pasmo diante da constatação de que o vereador Carlos Bolsonaro - assim como todos os 20 que se colocaram a favor do projeto em primeira votação - não leu o texto do projeto que apresentou.

Ou, o que é pior, não compreendeu o que leu, pois afirma e afirmou que o seu projeto não proibe campanhas antibullying. 

No entanto, como pode ser constatado pelo seu próprio texto, seu projeto de lei expressamente proibe divulgação de todo e qualquer material de combate à homofobia e de promoção dos direitos dos homossexuais ou qualquer assunto correlato. 

Caso sua Excelência ainda desconheça, homofobia quando praticada no interior das escolas é denominada bullying. Bullying, portanto, é uma das formas de manifestação da homofobia e a homofobia, por sua vez, uma das modalidades de bullying.

Em síntese, é assombroso constatar que pessoas eleitas para legislar em proveito da sociedade, observando a Constituição da República, a Constituição do Estado, a Lei Orgânica do Município, os Acordos, Tratados e Resolução dos organismos Internacionais de Direitos Humanos aos quais o Brasil é signatário, votem sem se dar ao trabalho de examinar o texto daquilo que estão votando!

Entretanto, para auxiliá-los nessa tarefa nós, a população, lhes pagamos, ademais dos subsídios, verbas destinadas à contratação de assessores, precisamente para subsidiá-los em competências que não dominam.

Assombroso igualmente é que apresentem projetos de lei que são ostensivamente inconstitucionais - porque se colocam na contramão dos Direitos Humanos (que são universais).

Dado mais esse lamentável e vergonhoso incidente protagonizado pelo vereador Bolsonaro, sugeriria ao Presidente da Câmara a grandeza de promover palestras a respeito desse tão nobre campo do direito internacional, signo da civilização da espécie humana - Os Direitos Humanos.

Dessa forma, evitaríamos cenas tão humilhantes como as que vimos presenciando: parlamentares, representantes do povo, legislarem a modo da ideologia nazista - sim, porque insistem em ver uma modalidade de característica absolutamente natural (sim, da ordem da natureza, embora variável culturalmente), presente em todas as sociedades humanas pretéritas e atuais e, mesmo, entre os animais, como algo da ordem do imoral, vil, doentio

- Para quem desconheça e/ou duvide, sugiro rápida pesquisa na internet mesmo. Antropólogos, etnólogos, arqueólogos, historiadores, biólogos, psicólogos, psicanalistas, psiquiatras já comprovaram à farta que  a natureza humana é bissexual; que práticas eróticas entre pessoas do mesmo sexo são documentadas em todas as culturas em todos os tempos.

Por outro lado, impossível se evitar a interrogação sobre o por quê de a família Bolsonaro insistir em tentar fixar os e as homossexuais (lésbicas, gays, travestis, transexuais, bissexuais) como pessoas imorais, pornográficas, pedófilas, que tem por finalidade o aliciamento de criancinhas, transformando-as em "homossexuais".  - Temos tantos problemas sérios em nossa cidade! Tantos problemas verdadeiramente graves! Na cidade e no País! Corrupção, má qualidade dos serviços de saúde e educação; remuneração infamante de professores...

- É tão risível que, na capital da cidade do Rio de Janeiro, em plena segunda década do século XXI, haja alguém, um parlamentar, que em sã consciência creia ser possível influenciar um indivíduo em formação a ser homo ou heterossexual. Chega a ser patético!

Como pode um ser humano urbano, com acesso a informações de qualidade e confiáveis, acreditar que campanhas de esclarecimento sobre as modalidades de orientação sexual (bi, hetero e homo) e sobre o respeito que todos devemos observar em relação a todas elas implica em aliciamento? Em instauração de uma sociedade "devassa"?

A teoria da conspiração que a família Bolsonaro e religiosos igualmente obscurantistas construíram, creem e teimam e disseminar - de que os movimentos LGBTs buscariam a implantação de uma sociedade homossexualista (!!!), onde fosse proibida a heterossexualidade -, é tão estapafúrdia que, não ocupassem cargos públicos, seriam relegados ao plano da alienação mental.

No entanto, dado que ocupam posições de poder, sobretudo nos legislativos, precisamos - nós, todos aqueles que lhes remuneram e em nome de quem dizem legislar - exigir que tão logo eleitos, os parlamentares (todos eles, inclusive aqueles que sejam graduados em Direito) devam ser obrigados a frequentar cursos sobre Direitos Humanos; sobre os princípios fundamentais da Constituição pátria, de modo a não fazer a sociedade brasileira assistir tanta insânia cultural e intelectual.

Estou certa de que o Instituto Brasileiro de Administração Municipal - IBAM, terá muito com o que contribuir nesse esforço!

A instituição de uma tal normativa em muito contribuiria para economizar recursos dispendidos com horas de trabalho a discutir projetos insanamente inconstitucionais! - Há coisas efetivamente importantes a se fazer, senhores e senhoras!

domingo, 25 de março de 2012

Ato contra a barbárie: Protesto contra a Lei anti bullying 27/03, 15h, Câmara de Vereadores do RJ

Me preocupa o fato de a maioria das pessoas democráticas, republicanas, não compreenderem que o projeto de poder fundamentalista e reacionário é algo que diz respeito a toda população e não exclusivamente aos LGBTTs, ou aos negros, às feministas, aos sem-terra, aos sem-teto...

Causa-me perplexidade constatar que embora toda a liberdade de imprensa, do livre acesso à informação via internet, as pessoas em certo sentido estão mais desinformadas, apáticas, alheias, individualistas, imediatistas.

Um projeto de lei como esse do vereador Carlos Bolsonaro que proibe campanhas contra o bullying, aprovado em primeira votação por 20 vereadores, tendo somente 9 votos contrários, de tão inconstitucional e bárbaro, deveria gerar a total adesão dos setores socialmente comprometidos desta cidade - sindicatos, associações da sociedade civil, artistas, estudantes, mães, pais, enfim, de todos!

Eu farei tudo o que estiver ao meu alcance para estar lá na Câmara dos Vereadores na próxima terça-feira, dia 27, às 15h, para materializar o meu protesto contra tamanha infâmia.
PROJETO DE LEI1082/2011
            EMENTA:
            VEDA A DISTRIBUIÇÃO, EXPOSIÇÃO E DIVULGAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO CONTENDO ORIENTAÇÕES SOBRE A DIVERSIDADE SEXUAL NOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO FUNDAMENTAL E DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
Autor(es): VEREADOR CARLOS BOLSONARO

A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
D E C R E T A :
    Art. 1º Fica vedada a distribuição, a exposição e a divulgação de livros, publicações, cartazes, filmes, vídeos, faixas ou qualquer tipo de material, contendo orientações sobre a diversidade sexual nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Educação Infantil da rede pública municipal da Cidade do Rio de Janeiro.
    Parágrafo único. O material a que se refere o caput deste artigo é todo aquele que, contenha orientações sobre a prática da homoafetividade, de combate à homofobia, de direitos de homossexuais, da desconstrução da heteronormatividade ou qualquer assunto correlato.(Destaque deste blog)
    Art. 2º O Poder Executivo ficará responsável pelo fiel cumprimento desta Lei, devendo abrir imediato processo investigatório para apurar responsabilidades, em caso de seu descumprimento.
    Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Plenário Teotônio Villela, 11 de agosto de 2011.
    CARLOS BOLSONARO Vereador

http://mail.camara.rj.gov.br/APL/Legislativos/scpro0711.nsf/1061f759d97a6b24832566ec0018d832/6c6d179bf13ca763832578e900474607?OpenDocument
Mas o nobre Vereador afirma que 
Somente um imbecil, mal informado ou mau caráter diz q meu projeto sobre o kit-gay fala sobre bullying. 
Talvez os nobres vereadores desconheçam a Resolução da ONU de 2011. Tampouco a fala de Navy Pillay, sua Alta Comissária, na mesma reunião de editou a Resolução:


 Repitamos a lista dos que votaram a favor: 
Argemiro Pimentel (PMDB), 
Carlo Caiado (DEM),  
Carlos Bolsonaro (PP),  
Dr. Edison da Creatinina (PV), 
Dr. Eduardo Moura (PSC),  
Dr. João Ricardo (PSDC),  
Dr. Jorge Manaia (PDT),  
Ivanir de Mello (PP), João Cabral (PSD),  
João Mendes de Jesus (PRB),  
Jorge Braz (PMDB),  
José Everaldo (PMN),  
Luiz Carlos Ramos (PSDC),  
Márcia Teixeira (PR),  
Nereide Pedregal (PDT),  
Patrícia Amorim (PMDB),  
Professor Uóston (PMDB),  
S. Ferraz (PMDB),  
Tânia Bastos (PRB),  
Tio Carlos (DEM) e  
Vera Lins (PP). 
E os que votaram CONTRA:

Adilson Pires PT,
Andrea Gouvêa Vieira PSDB,
Carlinhos Mecânico PSD,
Eliomar Coelho PSOL,
Leonel Brizola Neto PDT,
Paulo Messina PV,
Paulo Pinheiro PSOL,
Reimont PT e
Teresa Bergher PSDB



Talvez os representantes do povo da cidade do Rio de janeiro não tenham ouvido a fala do Secretário Geral da ONU Ban Ki-moon em 07/03/12, por ocasião do Painel sobre violência contra LGBTs, durante a reunião do Conselho de Direitos Humanos da organização:
"A todos aqueles que são lésbicas, gays, bissexuais ou transexuais, permitam-me dizer que vocês não estão sós. Sua luta contra a violência e a discriminação é uma luta conjunta. Qualquer ataque sobre vocês é um ataque sobre os valores universais".
Ban Ki-moon acrescentou ainda que esse segmento social sofre discriminação nos empregos, escolas e hospitais, assim como ataques pessoais que incluem a violência sexual (ONU, 2012). 

Coube a sua Alta Comissária dos Direitos Humanos, Navi Pillay, fazer o discurso de abertura. Ali ela fez referências explícitas às manifestações de ódio contra travestis, transexuais, gays e lésbicas:
Temos relatórios sobre homens gays atacados por agressores que gritavam insultos homofóbicos e sobre outros mortos na rua, lésbicas submetidas a estupros coletivos, às vezes descritos como ''estupros corretivos''; "Pessoas transexuais agredidas sexualmente e apedrejadas até a morte, com os corpos tão desfigurados que era quase impossível reconhecê-las. E também temos informação sobre o abuso cometido em celas de delegacias e prisões", acrescentou Pillay (EFE, 2012).
Cuba, país que nas primeiras décadas de sua revolução executou política de violenta repressão e mesmo assassinato contra travestis, gays e lésbicas, manifestou-se contrária à discriminação por motivo de orientação sexual e identidade de gênero. Seu delegado à reunião, Juan Antonio Quintanilla, declarou: “todo ato de discriminação ou violência contra qualquer pessoa é condenável, injustificado e ilegal, incluindo aqueles sustentados em motivos como raça, cor, sexo, orientação sexual, idioma ou religião” (PRENSA LATINA, 2012).



Uma travesti é morta por dia na Baixada - Esses crimes não existem, afirmam os Bolsonaros

Matéria do jornal O DIA, de 24.03.2012 às 22h49

Número de homossexuais agredidos é alarmante no Rio e Niterói

Rio -  Um[a] travesti é assassinad[a] por dia em ataques homofóbicos na Baixada Fluminense, de acordo com levantamento informal feito pelo Centro de Referência LGBT, órgão da Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos. O crescente número de homossexuais, travestis e trangêneros agredidos por motivação homofóbica fez com que as autoridades estaduais planejassem a abertura de mais quatro centros de referência, além dos três já existentes. Dois deles, de acordo com Cláudio Nascimento, coordenador do Programa Rio Sem Homofobia, neste semestre.

“Temos um grande número de vítimas de ataques homofóbicos na Baixada Fluminense. E isso nos fez pensar em abrir um novo centro na região. Além de Caxias, a partir de junho também vamos oferecer serviços em Nova Iguaçu, abrangendo mais 10 municípios”, disse Nascimento. Segundo ele, outra cidade que também receberá um centro no mesmo mês será Niterói, onde também há grande número de homossexuais desassistidos. Os outros dois serão abertos em Cabo Frio e em Macaé até o mês de novembro.

Além de acompanhamento psicológico e social, os centros também oferecem apoio jurídico a vítimas de agressão motivadas por homofobia. “Buscamos informações sobre as investigações junto às delegacias e cobramos que os registros sejam feitos indicando a motivação homofóbica. É importante para que tenhamos estatísticas reais do que acontece no Rio”, explica o coordenador do Centro de Referência LGBT do Centro do Rio, Almir França.

De acordo com o órgão, de fevereiro de 2009 a março de 2011, 970 ocorrências foram registradas em 87 delegacias do Rio de Janeiro. (Destaque do blog)

Fábio Gonçalves / Ag. O Dia
Dormência no rosto e braço quebrado
Com o lado esquerdo do rosto dormente, problemas na visão e na arcada dentária, além do braço esquerdo quebrado, o auxiliar administrativo Ricardo Sebastião Silva, de 34 anos, tenta esquecer da sessão de espancamento a que foi submetido na madrugada do dia 11.

“Estava na Praia do Recreio e cinco pessoas, entre elas uma mulher, já me acordaram com agressão. Cheguei a desmaiar. Estou chocado com o que aconteceu, mas tenho que seguir em frente. Sou gay, sim, e as pessoas precisam me respeitar”, desabafa.
 Investigação com rapidez
Para a polícia, as políticas públicas para a comunidade LGBT, como o Disque Cidadania (0800-0234567), oferecem segurança para que as vítimas procurem as delegacias e registrem as agressões. “No caso do Ricardo, por exemplo, acredito que nossa atuação foi exemplar pela rapidez com a qual a polícia foi alertada da agressão. Prendemos três envolvidos, um deles estudante de Direito, por tentativa de homicídio”, conta a titular da 42ª DP (Recreio), delegada Adriana Belém. Os três estão presos no Presídio Ary Franco, em Água Santa. (Destaque do blog)

sábado, 24 de março de 2012

Luma, a travesti doutoranda, defenderá tese sobre bullying homofóbico

O Globo, O País, 19/04/2009
Em 23/04/2009 este blog noticiou a aprovação da travesti Luma ao Doutorado pela UFCE. Hoje, com muita alegria, transcrevo a notícia da conclusão de sua tese, a ser defendida daqui a três meses.

A matéria é de Daniel Aderaldo, do IG no Ceará. Confira.

Luma Andrade descreve o preconceito sofrido por travestis na rede pública de ensino e aponta lacunas na formação de professores; defesa será em julho 


Daniel Aderaldo, iG Ceará | 24/03/2012 08:00

Antes de se tornar supervisora regional de 26 escolas públicas e ingressar no doutorado em Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC), Luma Andrade assinou o nome João por 30 anos, foi rejeitada pelos pais na infância, discriminada na escola e, mais tarde, no trabalho.

Na tese de quase 400 páginas que irá defender em três meses, a primeira travesti a cursar um doutorado no Brasil relata a discriminação sofrida por pessoas como ela na rede pública de ensino. Ela também aponta lacunas na formação dos professores.

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Criança nos anos de 1970, no município de Morada Nova, a 170 quilômetros de Fortaleza, o único filho homem de um casal de agricultores, era João, mas já se sentia Luma. Em casa, escondia-se para evitar ser confrontada. Na escola, apanhava dos meninos por querer parecer uma menina. Em uma das vezes que foi espancada, aos nove anos, queixou-se com a professora e, ao invés de apoio, ouviu que tinha culpa por ser daquele jeito.

Mais tarde, já com cabelos longos e roupa feminina, sofria de segunda a sexta-feira na chamada dos alunos, ao ser tratada pelo nome de batismo. Não se reconhecia no uniforme masculino que era obrigada a usar. Evitava ao máximo usar o banheiro. Aturava em silêncio as piadas que os colegas insistiam em fazer. “Se a travesti não se sujeitar e resistir, acaba sucumbindo”, lamenta. (Destaquei)


Luma se concentrou nos estudos e evitou os confrontos. "Tem momento que a gente quer desistir. Eu não ia ao banheiro urinar, porque eu queria usar o feminino, mas não podia. Então eu me continha e, às vezes, era insuportável”, relembra. Mas ela concluiu o ensino médio e, aos 18 anos, entrou na universidade. Quando se formou aos 22, já dava aulas e resolveu assumir a homossexualidade. Quando contou que tinha um namorado, foi expulsa de casa.

Em 2003, já com o título de mestre, prestou concurso para lecionar biologia. Eram quatro vagas para uma escola estadual do município de Aracati, a 153 quilômetros de Fortaleza. Apenas ela passou. Contudo, o diretor da escola não a aceitou. Luma pediu a intervenção da Secretaria de Educação do Estado e conseguiu assumir o posto.

“Eu não era tida como um bom exemplo”. Durante o período de estágio probatório, tentaram sabotar sua permanência na escola. “Uma coordenadora denunciou que eu estava mostrando os seios para os alunos na aula”. Luma havia acabado de fazer o implante de proteses de silicone. “Eu já previa isso e passei a usar bata para me proteger, esconder. Eu tinha certeza que isso ia acontecer”. (Destaques do blog)

Anos depois, Luma assumiu um cargo na Coordenadoria Regional de Desenvolvimento de Educação de Russas, justamente a região onde nasceu. Como supervisora das escolas estaduais de diversos municípios, passou a interceder em casos de agressões semelhantes ao que ela viveu quando era estudante. (Destaquei)

“Uma diretora de escola fez uma lista de alunos que, para ela, eram homossexuais. E aí mandou chamar os pais, pedindo para que eles tomassem providências”. 
A providência, segundo ela, foi “muita surra”. 
 “O primeiro que foi espancado me procurou”, lembra. 
Luma procurou a escola. Todos os gestores e professores passaram por uma capacitação para aprender como lidar com a sexualidade dos estudantes. (Destaques do blog)

Um ano depois, em 2008, Luma se tornou a primeira travesti a ingressar em um doutorado no Brasil. Ela começou a pesquisar a situação de travestis que estudam na rede pública de ensino e constatou que o caso da diretora que levou um aluno a ser espancado pelos pais e todas as outras agressões sofridas por homossexuais tinham mesma a origem. (Destaquei)

“Comecei o levantamento das travestis nas escolas públicas. Eu pedia para que os gestores informassem. Quando ia averiguar a existência real do travesti, os diretores diziam: ‘tem aquele ali, mas não é assumido’. Percebi que estavam falando de gays”, relata.

A partir desse contato, Luma [defende] em sua tese que as travestis não podem esboçar reações a ataques homofóbicos para concluir os estudos.

Mas também sugere que os cursos de graduação em licenciatura formem profissionais mais preparados não apenas para tratar da homossexualidade no currículo escolar, mas também como lidar com as especificidades de cada pessoa e fazer da escola um lugar sem preconceitos. (Destaquei)

“Cada pessoa tem uma forma de viver. Conforme ela se apresenta, vai se comunicar e interagir. O gay tem uma forma de interagir diferente de uma travesti ou de uma transexual. O não reconhecimento dessas singularidades provoca uma padronização. A ideia de que todo mundo é ‘veado’”.

A tese de Luma já passou por duas qualificações. Ela está em fase final, corrigindo alguns detalhes e vai defendê-la em julho, na UFC, em Fortaleza. 

Brasil, fique atento: o ovo da serpente cresce em teu seio

 Do artigo de Marta Suplicy publicado no jornal Folha de São Paulo em 24/03/2012 e transcrito em seu portal na internet com o título Liberdade, Igualdade.. :

Na França, os caminhos da intolerância, a banalização dos insultos antes exclusivos da extrema-direita, do fanatismo religioso e do ódio ao diferente assustam pela lembrança de cenas que estão ficando comuns no Brasil. Nós não vivemos o terrorismo como tantas nações, mas estamos enfrentando situações que extrapolam o limite entre civilização e barbárie. O Brasil, país até pouco protegido do fanatismo, vem convivendo com o aumento de casos de assassinato e de violência contra homossexuais em lugares de visibilidade e até mesmo em pequenas cidades.
Nesta semana, foi noticiado o espancamento, em uma escola no Rio Grande do Sul, de um jovem de 15 anos, por revelar sua orientação sexual. Foram também presos dois homens por incitar, pela internet, crimes de ódio e violência. A página foi denunciada por 70 mil internautas -bateu recorde de participação pública.
No Senado, a mesa de convidadas na Comissão de Direitos Humanos sofreu ofensivo e virulento ataque gestual e verbal de manifestantes contra a legalização do aborto.
Na campanha para a prefeitura paulistana, já se ensaiam agressivas manifestações religiosas contra o aborto e os homossexuais. Alguns programas televisivos há tempos fazem essas provocações. São palavras que levam ao ódio. Não agregam nem constroem um mundo melhor.
O Brasil que fique atento.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Mãe de Alexandre Ivo pede a Eduardo Paes política pública efetiva contra Homofobia

Angélica Ivo, mãe do menino Alexandre Ivo Rajão, de 14 anos, bárbaramente assassinado por suspeita de que fosse homossexual, após um jogo da Copa do Mundo, em 20/06/2010 em São Gonçalo, RJ, clama ao Prefeiro Eduardo Paes, sobretudo pela sua condição de pai, para que "tome uma posição" em favor da construção de uma política pública efetivamente capaz de dar combate sem tréguas às manifestações homofóbicas.
Confira a sua carta aberta, na íntegra:

Caro Prefeito Eduardo Paes, Sou uma mulher, uma filha e uma mãe que carrego comigo a maior dor que um ser humano pode carregar a dor de ter um filho assassinado pela homofobia, o meu filho foi torturado por 03 indivíduos de porte físico maior que o dele durante 3 horas, ele lutou o quanto pôde por sua vida e sofreu todas as atrocidades que um crime de ódio pode produzir em um ser humano um menino de 14 anos que tinha o maior medo da violência e a sofreu na íntegra e como golpe final eles usaram a própria camisa do meu filho e o enforcaram, isso ocorreu em São Gonçalo, em 20/06/l0 durante a Copa do Mundo da África e de lá pra cá me dei conta de que a homofobia mata, a homofobia produz assassinos e deixa marcas que vamos carrega-las durante nossa existência e é por isso que estou usando esse espaço para que tome conhecimento que desde o assassinato do meu filho essa estatística vem crescendo absurdamente não só na população LGBT mais em outros campos e o Sr. como homem, como filho e principalmente como pai deve tomar uma posição para que possamos de verdade fazermos políticas públicas voltadas para esse assunto, para que Mães como eu não venham a ver seus filhos desfigurados pela intolerância a ponto de ter que enterrá-los como foi o meu caso, pela ignorância, pelo preconceito e o que é pior pela falta de LEI e JUSTIÇA que assola nosso país e principalmente por parlamentares que insiste em votar LEIS usando discursos RELIGIOSOS. Esse é um pedido de Mãe que ainda está em busca de JUSTIÇA pelo assassinato do meu filho ALEXANDRE THOMÉ IVO RAJÃO.
ANGÉLICA IVO (mãe)
(destaques da responsável pelo blog)

Pela Criminalização da Homofobia.

Ato Educar para a diversidade, contra a lei favorável à homofobia

No dia 22 de março foi aprovado, em primeira votação pela Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro [localizada na Cinelândia - Palácio Pedro Ernesto], um projeto que proíbe a distribuição de qualquer material didático sobre diversidade sexual e combate à homofobia nas escolas públicas da capital.

O placar foi de 20 a 9. O projeto, de autoria de Carlos Bolsonaro (PP), ainda precisa ser votado em segunda discussão, que acontecerá justamente nesta terça-feira, dia 27 de março, às 16h.

Venha. Junte-se. Mobilize seu grupo, seus amigos, sua igreja, sua universidade. Não dá mais para assistir parados à essa avalanche de facismo, preconceito e discriminação.

Escola é lugar de ensinar respeito, justiça, direitos! [Não de ser humilhado, ridicularizado, espancado]
 Via Alexandre Bortolini, no FB

Bolsonaro quer separação de sangue entre hetero e homossexuais

Do portal da família Bolsonaro:
O Deputado Federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) apresentará projeto de Lei criando a identificação do sangue à ser doado, discriminando-os entre sangue de homossexuais e heterossexuais.

Segundo informações do Ministério da Saúde, a probabilidade de um sangue de um homossexual estar infectado com o vírus HIV é muito maior do que de um doador heterossexual.

“O boletim, do Ministério da Saúde chama a atenção para públicos específicos, que têm tido comportamento diverso e ampliado o número de casos. Ao longo dos últimos 12 anos, a porcentagem de casos na população de 15 a 24 anos caiu. Já entre os gays da mesma faixa, houve aumento de 10,1%. No ano de 2010, para cada 16 homossexuais dessa faixa etária vivendo com aids, havia 10 heterossexuais. Essa relação, em 1998, era de 12 para 10.”

A identificação da sexualidade do doador torna-se importante a partir do momento que ali passa a existir a possibilidade do crítico provar que não é homofóbico e que optará com orgulho pelo sangue com maior risco de infecção.

O assunto hora em questão não trata-se de ideologia, como colocado por ignorantes, mas sim, de saúde pública, pois para um homossexual doar seu sangue com segurança sem que exista risco de contaminação com o HIV é de 12 meses sem relação sexual, como exposto na portaria do Ministério da Saúde número 1.353, de 13 de junho de 2011. (art. 34, §11, IV,d).

A falta de argumentos dos defensores da Anencéfalica Ditadura Homossexual, coordenada por ONGs e politicos que somente buscam verbas públicas, ou notoriedade falsa explorando uma maioria ingênua, qualificam qualquer um de Homofóbico, mesmo que seu “opositor” possua todos os argumentos convincentes e legais que desqualificam a tentativa de beneficiar uma pessoa ou grupo por sua opção sexual e não mais por sua competência.

< Boletim epidemiológico da aids com dados atualizados: http://bit.ly/GBrCz9 < Portaria do Ministério da Saúde 1.353/2011. http://bit.ly/GBrXlp Postado por FAMÍLIA BOLSONARO às 12:15 (Destaques da responsável pelo blog)
 Seria minimamente coerente se a família Bolsonaro e todas as pessoas que afirmam que a homossexualidade é contagiosa, propagando-se com o convívio; que é uma aberração e que tais, se abstivessem, por exemplo, de utilizar computadores e todo e qualquer sistema informatizado, vez que se originaram nos estudos de Alan Turing, um homossexual.

Bolsonaro's: homossexualidade é contagiosa, propaga-se pela palavra

A população carioca, fluminense e nacional comprometida com os direitos humanos universais, com a república, a democracia e o estado laico cada dia mais se surpreende com o grau de desconhecimento e intolerância do grupo obscurantista e disseminador do ódio aos diferentes.

21 vereadores - contra apenas 9 - aprovaram o texto do projeto de lei do vereador Carlos Bolsonaro instituindo o nazismo em face da luta pela superação da homofobia e do bullying, proibindo a discussão, nas escolas, da questão da orientação sexual.

A tentativa do movimento LGBT junto com alguns governantes é destruir a célula familiar para manipular mais facilmente pessoas que querem ser beneficadas apenas por terem uma opção sexual diferente, fracassou novamente.

A verdade sempre prevalecerá. Um ser humano que se preza não coloca sua sexualidade acima de sua competência. O que fazemos entre 4 paredes só diz respeito à nós mesmos e ninguém é melhor ou pior do que ninguém porque tem uma opção sexual diferente, que justifique cotas para homossexuais e livros didáticos com enfoque na desconstrução da heteronormatividade, como propôe o kit-gay 2.

Impossivel não falarmos de Deus neste momento, graças a ele, as mentes de 21 vereadores foram iluminadas, mesmo com a utilização de argumentos mentirosos e pesados por parte de alguns dos 9 vereadores, que votaram contra, tenham sido maldosamente utilizados.

A matéria agora irá para segunda discussão, e se aprovada, caberá ao Prefeito Eduardo Paes sancionar a proposta.

A primeira batalha foi vencida e é notório que pelas pesquisas apresentadas, a população carioca não aceita este tipo de orientação dentro das escolas primárias de nosso município.

A família carioca agradece, e finalizo deixando aqui um abraço fraternal a todos os parlamentares que se colocaram contrários à mais esta tentativa esdrúxula de se infiltrar nas escolas primárias do Brasil assuntos que não dizem respeito à educação e à cultura que essa gama procura.
 Eis o texto integral do projeto de lei do vereador Carlos Bolsonaro, que afirma em seu TT
Somente um imbecil, mal informado ou mau caráter diz q meu projeto sobre o kit-gay fala sobre bullying.
PROJETO DE LEI N° 1082/2011
Veda a distribuição, exposição e divulgação
de material didático contendo orientações sobre a
diversidade sexual nos estabelecimentos de Ensino
Fundamental e de Educação Infantil da rede pública
municipal da Cidade do Rio de Janeiro e dá outras
providências.
AUTOR: Vereador Carlos Bolsonaro
A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
DECRETA:
Art. 1º Fica vedada a distribuição, a exposição e a divulgação de livros, publicações, cartazes, filmes, vídeos, faixas ou qualquer tipo de material, contendo orientações sobre a diversidade sexual nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Educação Infantil da rede pública municipal da Cidade do Rio de Janeiro.
Parágrafo único. O material a que se refere o caput deste artigo é todo aquele que, contenha orientações sobre a prática da homoafetividade, de combate à homofobia, de direitos de homossexuais, da desconstrução da heteronormatividade ou qualquer assunto correlato. (Destaques da autora do blog)
Art. 2º O Poder Executivo ficará responsável pelo fiel cumprimento desta Lei, devendo abrir imediato processo investigatório para apurar responsabilidades, em caso de seu descumprimento.
Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Plenário Teotônio Villela, 11 de agosto de 2011. [Pobre Teotônio Vilela! E justo no dia da criação dos cursos jurídicos no Brasil!]
CARLOS BOLSONARO
Vereador
 Repitamos a lista dos que votaram a favor:

Argemiro Pimentel (PMDB),
Carlo Caiado (DEM), 
Carlos Bolsonaro (PP), 
Dr. Edison da Creatinina (PV),
Dr. Eduardo Moura (PSC), 
Dr. João Ricardo (PSDC), 
Dr. Jorge Manaia (PDT), 
Ivanir de Mello (PP), João Cabral (PSD), 
João Mendes de Jesus (PRB), 
Jorge Braz (PMDB), 
José Everaldo (PMN), 
Luiz Carlos Ramos (PSDC), 
Márcia Teixeira (PR), 
Nereide Pedregal (PDT), 
Patrícia Amorim (PMDB), 
Professor Uóston (PMDB), 
S. Ferraz (PMDB), 
Tânia Bastos (PRB), 
Tio Carlos (DEM) e 
Vera Lins (PP).
E os que votaram CONTRA:

Adilson Pires PT,
Andrea Gouvêa Vieira PSDB,
Carlinhos Mecânico PSD,
Eliomar Coelho PSOL,
Leonel Brizola Neto PDT,
Paulo Messina PV,
Paulo Pinheiro PSOL,
Reimont PT e
Teresa Bergher PSDB

Vereadores do Rio que votaram a lei nazista contra a superação da homofobia

Enquanto o Parlamento de Uganda apresenta projeto de lei para impedir que homossexuais portadores do HIV tenham acesso aos medicamentos, o Rio de Janeiro, a cidade mais universalista, democrática, fraterna e simpatizante às minorias, tendo já sido distinguida com duas indicações internacionais nesse título, vê os seus vereadores fazerem esta regressão ao nazismo.

(O choco do ovo da serpente segue de vento em popa. Também na Alemanha, de 1933 a 1939 ninguém se incomodou muito com o avanço da ideologia nazista.)

Todos esses votaram a favor do projeto que proíbe a distribuição de material didático sobre diversidade sexual na Camara de Vereadores do RJ:

Argemiro Pimentel (PMDB),
Carlo Caiado (DEM), 
Carlos Bolsonaro (PP), 
Dr. Edison da Creatinina (PV),
Dr. Eduardo Moura (PSC), 
Dr. João Ricardo (PSDC), 
Dr. Jorge Manaia (PDT), 
Ivanir de Mello (PP), João Cabral (PSD), 
João Mendes de Jesus (PRB), 
Jorge Braz (PMDB), 
José Everaldo (PMN), 
Luiz Carlos Ramos (PSDC), 
Márcia Teixeira (PR), 
Nereide Pedregal (PDT), 
Patrícia Amorim (PMDB), 
Professor Uóston (PMDB), 
S. Ferraz (PMDB), 
Tânia Bastos (PRB), 
Tio Carlos (DEM) e 
Vera Lins (PP).


E pra quem for flamenguista, [mas defenda os direitos humanos universais] aproveite e boicote tudo relacionado ao clube enquanto Patrícia Amorim for presidente do Flamengo.

Colaboração de Luciana C., no FB.

Câmara municipal do Rio aprova lei textualmente homofóbica

Acabei de saber:

Acabou de ser aprovado na Câmara Municipal do Rio de Janeiro com 21 votos a favor e 9 contra, o Projeto de Lei de autoria de Carlos Bolsonaro, filho do dito-cujo, que:

"VEDA A DISTRIBUIÇÃO, EXPOSIÇÃO E DIVULGAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO CONTENDO ORIENTAÇÕES SOBRE A DIVERSIDADE SEXUAL NOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO FUNDAMENTAL E DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS."

Parágrafo único. O material a que se refere o caput deste artigo é todo aquele que, contenha orientações sobre a prática da homoafetividade, de combate à homofobia, de direitos de homossexuais, da desconstrução da heteronormatividade ou qualquer assunto correlato.

http://mail.camara.rj.gov.br/APL/Legislativos/scpro0711.nsf/1061f759d97a6b24832566ec0018d832/6c6d179bf13ca763832578e900474607?OpenDocument


A sustentação foi um show de horrores, patrocinado por aqueles que foram formados, inequivocamente, para a não-diversidade, como bem pontuou a vereadora Andrea Gouvêa Vieira

Vale lembrar também que estamos em ano de eleição para vereadores. Você se lembra em quem elegeu ou ajudou a eleger nas últimas eleições? Você se sentiu representado por essa decisão?

Paulo Pinheiro e Eliomar Coelho (PSOL) mais uma vez defenderam a bandeira da diversidade e da educação para tal. Vale também destacar a boa defesa contra o projeto dos também vereadores Brizola Neto (PDT) e do Reimont (PT).

PS: Pode ainda piorar.... Próximo projeto a entrar na pauta estabelece o Dia do Orgulho Hétero, do mesmo vereador. http://mail.camara.rj.gov.br/APL/Legislativos/scpro0711.nsf/1061f759d97a6b24832566ec0018d832/6a0036bae747e5fa832578ed005a8d61?OpenDocument