De Nova Iguaçu, chegam notícias de mais práticas de violência contra homossexuais embora toda a visibilidade e apoio que a questão do reconhecimento e garantia dos direitos de gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais vem obtendo.
Enquanto na cidade do Rio de Janeiro, gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis e heterossexuais ainda se divertiam ao som dos 19 trios elétricos que compuseram a Parada Gay de Copacabana no último domingo, as redes de comunicação virtuais foram mobilizadas com a notícia de mais um espancamento de jovem por familiares, motivado em sua orientação sexual.
O crime foi relatado pela Secretária de Juventude do Grupo 28 de Junho, de Nova Iguaçu, Marisa Justino e divulgado pelo Vice-Presidente, Eugenio Ibiapino. Ocorreu na noite de sábado, dia 31 de outubro. Um jovem homossexual, pela segunda vez, foi espancado pelo padrasto, por que "lhe estaria envergonhando perante a família e os vizinhos".
"Perseguido e sem ter para onde ir, ele e toda sua família (mãe, irmão de 3 anos e a uma tia) vieram buscar refúgio aqui em casa. O menino estava ensanguentado e apavorado, pois o padrasto queria acabar com ele", diz a Secretária do Grupo 28 de Junho.
O agressor foi atrás. A mulher, nervosa, chorava, enquanto a senhora Marisa e sua companheira tentavam administrar a situação, de modo a evitar mais agressões. Não contavam, porém, com o apoio da vizinhança que a tudo assistia como se fora um circo romano.
Nada faziam os vizinhos para impedir que a violência continuasse. Na realidade, "apoiavam a atitude do padrasto; todos concordam que o menino era uma vergonha para a comunidade e estava desencaminhando todos os outros adolescentes."
O agressor, em frente ao portão da casa da Secretária de Juventude do Grupo 28 de Junho, seguia ameaçando. A família (o jovem agredido, sua mãe, um irmão de três e anos e uma tia), acuada no interior da casa.
"O menino foi tratado como um criminoso: preso aqui em casa com toda família enquanto a vizinhança pedia a cabeça dele!"
"Ele foi expulso daqui da rua e está proibido de voltar."
Após muita negociação e aproveitando um momento de descuido do agressor, Marisa conseguiu que toda a família escapasse pelos fundos.
A explosão do conflito durou de 19:20 até às 24:00 horas do sábado, ainda através do relato de Marisa Justino, que ligou em vão para a Polícia Militar (telefone 190).
Segundo o senhor Eugenio Ibiapino, Vice-Presidente do Grupo 28 de Junho, apenas tomou conhecimento do caso no domingo pela manhã (01/11), em decorrência da falta de estrutura do Grupo. Foi à noitinha que procedeu à ampliação de sua divulgação nas redes.
Informa que o caso foi registrado na Delegacia Policial de Nova Iguaçu, o jovem encaminhado para exame de corpo de delito e o Conselho Tutelar notificado.
Ibiapino atribui a divergências políticas entre as instâncias de governo e município o fato de não ter se concretizado a promessa do Governador do Estado de construção de um Centro de Referência para garantia de direitos da população de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais do município, cujos índices de violência (frequentemente fatais) são notoriamente conhecidos, embora fora das estatísticas.
Ainda na sexta-feira, dia 30 de outubro, na reunião do Grupo, Eugenio diz ter recebido denúncia de que "uma gangue está espancando com paus e pedras os gays que se encontram no centro da cidade de Nova Iguaçu".
O relato foi encaminhado, por um dos advogados da rede, para a Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Rio de Janeiro.
Em 04 de abril de 2008 havia sido noticiada a criação "de uma coordenadoria de assuntos relativos ao público GLBT na área da saúde".
Veja a matéria no sítio da revista eletrônica A CAPA (de cuja página é a foto):
http://acapa.virgula.uol.com.br/site/noticia.asp?codigo=4200&titulo=RJ:+Prefeitura+de+Nova+Igua%25E7u+vai+criar+coordenaria+GLBT+na+sa%25FAde
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