"*Hackers invadem site do Grupo Arco-Íris
*Homepage da instituição amanhece completamente pichada e com dizeres "FORA DICÉSAR"
Na manhã de hoje (27/3), a página eletrônica do Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT continha expressões homofóbicas e palavras de ordem que rejeitavam a permanência de Dicésar no BBB 10. Na tarde de ontem (26/3), o Grupo publicou difundiu nota oficial a fim de convocar toda a comunidade LGBT a votar em Marcelo Dourado para a saída do reality show. Os hackers, que se auto-intitulam, Máfia Dourada destruíram toda a administração remota do site, inclusive cobrindo o banner virtual que ficava no topo do site (Campanha Não Homofobia - iniciativa do Grupo desde 2008).
"Esta é uma entre as milhares de provas da intolerância e da violência com nossa comunidade. Invadir a página eletrônica de uma ONG com o intuito de destilar todo o ódio e a crueldade contra os LGBT é inconcebível. Isto é crime! O BBB 10 está tomando proporções irreversíveis no estímulo à prática da discriminação e violência aos LGBTs. É lamentável e revoltante!" , afirma a presidente do Grupo Arco-íris, Gilza Rodrigues"
Ontem o texto da "Nota Oficial" do GAI, dizia:
"Grupo Arco-Íris convoca toda a comunidade LGBT a se mobilizar para eliminar Marcelo Dourado do BBB 10.
Grosseiro. Mal -educado. Ríspido. Rude. Troglodita. Desinformado. Agressivo. Machista. HOMOFÓBICO. Existem mil motivos para toda a população brasileira votar contra a permanência de Marcelo Dourado no Big Brother Brasil, mas a intolerância e as agressões (ainda) verbais do participante aos LGBT não podem ser deixadas de lado. É o momento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, simpatizantes e todas e todos aqueles (as) que acreditam numa sociedade mais fraterna e de paz dizer um NÃO à violência.
“O BBB não é um programa meramente de entretenimento. É um formador de opinião; um espelho de nossa sociedade. Não podemos permitir que anos em defesa dos direitos humanos, em especial dos LGBT, sejam jogados no ralo. Devemos mostrar nossa força e nos mobilizarmos contra a homofobia que ainda teima em descolorir nosso país!”, conclama a presidente do Grupo Arco-Íris, Gilza Rodrigues.
Reflita sobre sua vida, os obstáculos que todos passam no processo de aceitação. Pense em quantas pessoas já morreram em virtude de suas orientações sexuais. A permanência de Marcelo Dourado não apenas reflete a indiferença do país em relação a esta situação, como também a cumplicidade que tod@s adquirem o apoiando.
A partir da instauração do paredão, o Grupo Arco-Íris e seus freqüentadores (as) ficarão de plantão numa nítida demonstração de resistência, perseverança e por acreditar que uma sociedade sem homofobia é possível. Faça parte desta luta! Mobilize-se a si a tod@s que @s cerca! #FORADOURADO""
Não sei se as proporções dessa campanha homofóbica eclodida a partir desse Dourado é algo da ordem do "irreversível" .
- Sei, porém, pelo que se tem visto publicado em blogs e nas redes de relacionamento e vociferado nas ruas, que essa polarização entre machistas homofóbicos x LGBTs,construída e estimulada pela Rede Globo de Televisão via produção do BBB 10, assume proporções preocupantes e que já deveriam estar sendo alvo de ações e investigações por parte tanto da Delegacia de Crimes na Internet como por parte do Ministério Público.
Porém o que me preocupa - como já expressei anteriormente em outro espaço - são as ONGS LGBTs aderirem ao papel de agenciadoras de audiência para a Globo, dando legitimidade a esse tipo de estratégia comercial de potencialização de lucros pela via da irresponsabilidade do poder da televisão como formadora de opinião, de hábitos, comportamentos (vide os modismos surgidos em decorrência de temas de novelas, chegando inclusive a inspirar a escolha de nome nos filhos).
Preferiria mais, dado que são entidades que buscam atuar no campo dos direitos humanos, dos quais o direito à DIGNIDADE é axial, que se dirigissem aos LGBTs e à toda a sociedade no sentido DENUNCIAR esse jogo comercial, no qual estamos nos prestando ao papel de simples peças, e que passa ao largo da ética, valorizando a mercantilização, o espetáculo e a instrumentalização de pessoas, relacionamentos, afetos.
O foco em minha opinião está equivocado: - Não será dando milhares de telefonemas ou acessos no sítio do programa BBB 10 que xs LGBTs e todxs aquelxs que são contra processos de estigmatização e incitamento à violência terão garantia do respeito às leis (incitação ao ódio, à violência, é crime previsto em lei) e aos Direitos Humanos.
Será, isto sim, denunciando (tanto na mídia como nos órgãos competentes) esse circo e as decorrentes campanhas de incentivo às práticas de violência contra LGBTs que temos verificado, seja nos sítios de relacionamento, seja em blogs, seja nas ruas.
2 comentários:
Como educadora promovi a campanha "Boicote o BBB",pela dignidade humana. Deu certo com alguns,a maioria,mas infelizmente ainda damos risadas das nossas desgraças,ainda estamos vestidos na ilusão que o arco irís está aqui,o capitalismo só respeita o não. A maioria não percebe isso,ainda bem q não assisti ao circo dos horrores!
Fico alegre em saber de sua campanha. O nível do contágio desse tipo de lógica comportamental, disseminada e naturalizada por meio desse programa, é tão intenso que as poucas pessoas que realizam a sua crítica e não o assistem são tidas como alienígenas.
Conseguir fazer com que crianças e adolescentes o vejam a partir de um distanciamento é trabalho árduo, ainda que prioritário.
Abraços,
Rita
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